Palestina: Brasil aderiu à 'aliança negativa' ao mudar embaixada para Jerusalém

Um alto funcionário palestino condenou nesta sexta-feira (2) o anúncio do presidente eleito de direita Jair Bolsonaro (PSL) de transferir a embaixada de Israel de seu país para Jerusalém.

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"Esses são passos provocativos e ilegais que só desestabilizarão a segurança e a estabilidade na região", disse Hanan Ashrawi, membro do comitê executivo da Organização de Libertação da Palestina, à Agência AFP.

Os Estados Unidos transferiram sua embaixada de Tel Aviv para Jerusalém em maio, provocando fúria entre os palestinos, que consideram a parte leste da cidade, anexada por Israel, a capital do seu futuro Estado.

"É muito lamentável que o Brasil tenha aderido a essa aliança negativa contra o direito internacional", declarou Ashrawi.

Na quinta-feira, Bolsonaro escreveu no Twitter que "como afirmamos anteriormente durante nossa campanha, pretendemos transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém".

"Israel é um Estado soberano e nós devemos respeitar isso", pontuou.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, considerou o movimento "histórico".

Somente os Estados Unidos e a Guatemala têm atualmente suas embaixadas em Jerusalém, enquanto outros países têm as suas em Tel Aviv.

Israel ocupou o leste árabe de Jerusalém na Guerra dos Seis Dias de 1967 e depois anexou-o em um movimento nunca reconhecido pela comunidade internacional. Hoje, Tel Aviv vê toda a cidade como sua capital.

Durante décadas, a comunidade internacional sustentou que o status da cidade deveria ser negociado entre Israel e os palestinos.