Quem é o Azevedo e Silva, que vai ocupar o Ministério da Defesa

Pelas redes sociais, Jair Bolsonaro (PSL) anunciou nesta terça-feira (13) a indicação de Fernando Azevedo e Silva, general da reserva do Exército, para assumir o Ministério da Defesa em seu futuro governo que inicia em 1º de janeiro.

Toffoli e general Azevedo e Silva - Reprodução

“Bom Dia! Comunico a todos a indicação do General do Exército Fernando Azevedo e Silva para o cargo de Ministro da Defesa", escreveu Bolsonaro em sua conta no Twitter. Bolsonaro segue a estratégia de Donald Trump e usa a redes sociais como meio-oficial de comunicação de seu governo de transição.

Azevedo e Silva é assessor do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Dias Toffoli, mas durante a campanha, atuou ativamente junto ao grupo que ajudou a formular o plano de governo do atual presidente eleito. Sua indicacão para assessorar o presidente do Supremo foi alvo de questionamentos e críticas, por se tratar de um militar dentro o Poder Judiciário. Ele já ocupou os cargos de chefe do Estado-Maior do Exército e Comandante Militar do Leste, além de ter sido o chefe da Autoridade Pública Olímpica dos Jogos Rio 2016.

Azevedo é o terceiro militar anunciado como ministro do governo Bolsonaro, que tem ainda o general da reserva do Exército Hamilton Mourão (PRTB) como vice-presidente. Antes de Azevedo, o general Augusto Heleno era cotado para assumir o cargo, mas ele foi remanejado para ocupar o Gabinete de Segurança Institucional. Esse remanejamento atendeu ao pedido do comandante da Forças Armadas, Eduardo Villas Bôas.

Segundo fontes, como assessor de Toffoli, Azevedo atuou como uma ponte entre Toffoli e o Comando do Exército para tratar sobre as constantes manifestações políticas de oficiais ou da reserva contrárias a decisões que o STF poderia tomar. Recentemente, Villas Bôas disse em entrevista que a possibilidade de um intervenção foi cogitada pelos militares, caso o habeas corpus a Lula fosse concedido.

Outro caso de repercussão foi a divulgação de um vídeo em que Eduardo Bolsonaro, filho do então candidato à Presidência Jair Bolsonaro, discursava sobre como bastavam um cabo e um soldado para fechar o STF. A resposta do Supremo foi feita sob a supervisão do general. A nota de Toffoli afirmava que "atacar o Poder Judiciário é atacar a democracia".

O conselho do general refletiu a posição da cúpula militar, com quem ele tem ligação direta: a ideia de que falas neste sentido não refletem a posição do Exército e, por isso, precisam ser combatidas pela Corte.

De acordo com a grande mídia, Azevedo e Silva é próximo de três generais: o vice-presidente Hamilton Mourão; o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno; e Oswaldo Ferreira (cotado para o Ministério da Infraestrutura).