Vanessa diz que Bolsonaro cria 'cortina de fumaça' para esconder pauta de retrocesso

Em discurso na tribuna durante sessão plenária, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) criticou as declarações Jair Bolsonaro (PSL), presidente eleito, e de seus assessores que, segundo ela, fazem “diversionismo proposital” para tirar a atenção da verdadeira pauta defendida pelo futuro governo.

Por Dayane Santos

Vanessa Grazziotin - Agência Senado

"Não creio que seja incapacidade ou a incompetência. Na realidade, pode ser que seja um diversionismo proposital para tirar a atenção da verdadeira pauta política que eles defendem… que essas idas e vindas, esses ditos e desditos talvez sirvam como uma cortina de fumaça quanto ao real potencial do núcleo político do Governo, que, dizem, é um núcleo extremamente autoritário, extremamente destrutivo", afirmou a senadora.

Vanessa reforçou que a pauta apresentada pelo futuro governo é retrógrada e repeliu o discurso de criminalização dos movimentos sociais. A senadora afirmou que as liberdades individuais devem ser respeitadas e defendeu a garantia da livre manifestação da população.

Ela citou uma matéria publicada pela Folha que afirma que "Guedes assumirá funções do Trabalho e aprofundará a flexibilização dos direitos".

"Eles acham que essa danosa reforma trabalhista aprovada recentemente ainda é pouco. Eles estão dizendo que vão permanecer apenas os direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras contidos na Constituição. E eu digo o seguinte a eles: até esses já foram extintos", advertiu a senadora. "Não dá para eles tratarem a população como se no Brasil só houvesse gente idiota, como só houvesse gente que não conhecesse dos seus direitos", completou.

Economia

Ela criticou também a acumulação de funções do futuro ministro da economia Paulo Guedes, que ficará responsável por atribuições que hoje são dos ministérios da Fazenda, da Indústria e Comércio, do Planejamento e do Trabalho e Emprego. Para a senadora, extinção do Ministério do Trabalho e Emprego, anunciada por Bolsonaro, é algo impensável e que irá diminuir os direitos dos trabalhadores.