Fogo e Fúria: um retrato de como será o Brasil em 2019, segundo Lula

Um dos livros mais aguardados de 2018, Fogo e Fúria – Por Dentro da Casa Branca de Trump, publicado em janeiro pela Henry Holt and Company, apresenta uma Casa Branca absolutamente caótica no primeiro ano de Trump como presidente; a jornalista Monica Bergamo informou nesta segunda-feira (24) que Fogo e Fúria é um dos livros que o ex-presidente Lula leu na prisão, em Curitiba, e, de acordo com interlocutores, "é um retrato de como será o Brasil em 2019" na visão de Lula

Fogo e Fúria - Montagem Brasil 247

Publicado em 5 de janeiro pela Henry Holt and Company, Fogo e Fúria – Por Dentro da Casa Branca de Trump, de Michael Wolff, mostra uma Casa Branca absolutamente caótica no primeiro ano de Trump como presidente e o caracteriza como instável, inepto e despreparado para o cargo. "A história que contei parece mostrar esta Presidência de tal forma que diz que ele não pode fazer seu trabalho", disse Wolff. "De repente, em todas as partes, as pessoas estão percebendo ‘oh meu Deus, é verdade, ele está nu’. Esse é o pano de fundo da percepção e do entendimento que finalmente encerrará… esta Presidência", disse à rádio BBC o autor, que acredita que suas revelações podem encerrar o tempo de Donald Trump na Casa Branca.

Fogo e Fúria, segundo informou a jornalista Monica Bergamo nesta segunda-feira (24), é um dos livros que o ex-presidente Lula leu em Curitiba, onde está confinado como preso político desde abril deste ano. Segundo Bergamo, Lula disse a interlocutores que Fogo e Fúria "é um retrato de como será o Brasil em 2019".

Não é novidade para ninguém que desde a campanha de 2018, Jair Bolsonaro (PSL) se espelha no presidente dos Estados Unidos e os dois possuem muito em comum. "Tive uma conversa muito boa com o novo presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, que ganhou sua eleição com uma margem significativa. Nós concordamos que o Brasil e os Estados Unidos trabalhão juntos no comércio, defesa e tudo mais. Ligação excelente, dei os parabéns", tuitou Trump na manhã seguinte após a confirmação da vitória de Bolsonaro, no segundo turno. O Twitter é a grande ferramenta de comunicação de Trump e já vem sendo usado de maneira similar por Jair Bolsonaro no Brasil.

Outro elo importante entre os dois é o ex-estrategista-chefe da campanha de Trump, Steve Bannon, que também prestou assessoria para a de Jair Bolsonaro e é uma das principais fontes de Michael Wolff, juntamente com outras pessoas próximas ao presidente norte-americana. Citado no livro chamando o filho mais velho de Trump, Donald Trump Jr., de "traidor" e "antipatriótico" por se reunir durante a campanha presidencial de 2016 com uma advogada russa que teria informações prejudiciais sobre a candidata Hillary Clinton, Bannon foi acusado por Trump de ter "perdido a cabeça" quando as notícias sobre seus comentários a Wolff surgiram em janeiro. Bannon tentou consertar dizendo que seu comentário se referia ao ex-gerente da campanha de Trump, Paul Manafort, que também participou da reunião na Trump Tower, mas o autor do livro contestou a nova versão, segundo informou a Reuters.

Independentemente de acreditar ou não na obra, Trump usou o Twitter para desdenhar da publicação, escrevendo que Wolff é “um grande perdedor que inventou histórias para vender este livro realmente chato e mentiroso”. Fogo e Fúria vendeu mais de 28 mil cópias nos Estados Unidos em sua primeira semana, de acordo com o NPD BookScan, e será adaptado para a TV pela companhia de entretenimento de Hollywood Endeavor Content, que comprou os direitos do best-seller. "Wolff será produtor-executivo da série, que será vendida para diversas redes. Nenhum elenco ou data de estreia foi definido, mas o anúncio gerou especulações sobre quem irá interpretar algumas das figuras-chave da Casa Branca", afirmou a Reuters.

Fonte: Brasil 247