Tucano Doria abraça e incorpora o governo mais rejeitado da história
O governo Temer, apontado por todas as pesquisas de opinião como o mais rejeitado da história do Brasil, provocou uma explosão no número de desempregados no país (o índice saltou de 6,5% em 2015, durante o governo Dilma, para 13,7% em 2017, quando o governo Temer completou um ano). Mas os ministros e auxiliares do moribundo presidente não precisam se preocupar com isso pois estão com seus empregos garantidos como auxiliares do futuro governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
Publicado 27/12/2018 10:57
Nesta quinta-feira (27) foi anunciado que o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, será o 7º integrante do primeiro escalão do governo do presidente Michel Temer a migrar para a futura gestão de João Doria (PSDB) em São Paulo. A partir de 5 de fevereiro, o chanceler vai assumir a presidência da Investe SP, agência paulista de promoção de investimentos.
A agência é um órgão da Secretaria da Fazenda, Planejamento e Gestão, que será chefiada pelo ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles.
Aloysio Nunes foi ministro-chefe da Casa Civil e ministro da Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso. No Congresso Nacional, foi líder do governo Michel Temer, além de presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal e presidente da Comissão Mista de Atividades de Inteligência do Congresso Nacional.
Além dele e de Henrique Meirelles, também vão integrar o próximo governo de São Paulo os ex-ministros: Gilberto Kassab, na Casa Civil, Vinícius Lummertz, na Secretaria de Turismo, Alexandre Baldy, na Secretaria de Transportes Metropolitanos, Sérgio Sá Leitão, na Secretaria da Cultura, e Rossielei Soares na Secretaria de Educação.
O mais rejeitado da história
O governo Temer terá fim no próximo dia 31 de dezembro como o mais rejeitado da história e com o presidente sendo alvo de novas denúncias de corrupção. De acordo com pesquisa do Ibope, divulgada no dia 13 de dezembro, 74% dos brasileiros consideram sua gestão ruim ou péssima. Apenas 5% disseram achar seu governo bom ou ótimo.
Em junho deste ano, após a greve dos caminhoneiros, a impopularidade de Temer chegou a bater em 82%, rejeição recorde para um governante brasileiro.
Doria também abandonou a prefeitura de São Paulo (após pouco mais de um ano de mandato) com a imagem chamuscada, tanto pelo abandono da gestão que havia prometido cumprir até o final, quanto pelos pífios resultados de sua administração e as inúmeras polêmicas nas quais se envolveu. Agora, como futuro governador, Doria abraça e traz para sua equipe o que há de mais atrasado na gestão Temer. Só mesmo um otimista alucinado poderia apostar que esta indigesta combinação pode dar certo.