Sudão: Comunistas defendem a revolução até a vitória final

Depois de massivos protestos populares, o presidente do Sudão, Omar Al-Bachir, que estava há trinta anos no poder, foi deposto nesta quinta-feira (11), tendo assumido um Conselho Militar de Transição. O Partido Comunista Sudanês – alvo de perseguição durante os protestos, com membros do CC presos, inclusive seu secretário-político – considera que a deposição foi “um golpe palaciano” e exige, em aliança com outras forças, a continuidade da revolução e a entrega imediata do poder aos civis.

Sudão

Leia, abaixo, comunicado do PC sudanês:

Milhões de sudaneses desafiaram o toque de recolher militar e ocuparam a praça em frente ao quartel-general do exército.

As Forças pela Liberdade e Mudança desafiam o “Conselho Militar de Transição” e exigem a entrega imediata do poder aos representantes do povo.

Al-Bachir se foi, mas o regime permanece.

O que aconteceu durante o 11 de abril foi um golpe palaciano clássico.

As pessoas estão cantando em todos os lugares: A Revolução Continua até a Vitória Final.

Os Camaradas Mohamed Mokhtar al-Khatib (o Secretário Político do PC Sudanês) e Masoud (membro do seu Comitê Central) estão livres. Ambos visitaram a sede do partido, onde receberam uma ovação de pé sob o slogan: Liberdade, Paz, Justiça, a Revolução é a escolha do povo!

Apesar do sucesso da revolução na remoção de Al-Bachir – que gozava do apoio externo da Troika, da União Europeia, dos EUA, do Canadá e de governos locais reacionários, como Qatar, Egito e Turquia – e a libertação de todos os presos políticos, tivemos um revés com a tomada do poder pelo “Conselho Militar de Transição”. Este revés temporário será enfrentado com o aumento da unidade e a determinação das massas para derrotar o Conselho Militar de Transição.

Encenar o golpe militar foi uma cópia do que aconteceu no Egito para abortar a revolução de janeiro de 2011. O Partido Comunista do Sudão e todas as forças da oposição são inflexíveis em sua resolução de continuar a luta até o estabelecimento de um governo civil que represente as massas e implemente o programa alternativo democrático apoiado por todas as forças, incluindo as forças do Consenso Nacional, do Chamado do Sudão, da Aliança dos Profissionais e os grupos armados.

Partido Comunista Sudanês