Publicado 26/04/2019 11:48

O jornal O Estado de S. Paulo diz que o presidente da Comissão Especial da Câmara dos Deputados que vai analisar proposta para a Previdência, Marcelo Ramos (PR-AM), pediu ao presidente da República, Jair Bolsonaro, para falar menos sobre o assunto. “Se Bolsonaro falar menos sobre reforma até ser aprovada, vai ajudar bastante”, teria dito o deputado. Segundo ele, sinalizações mistas do governo federal sobre o assunto não ajudam a garantir uma “economia” relevante com as mudanças na aposentadoria.
"Cada vez que Bolsonaro fala sobre a reforma, ele retira alguma coisa", disse Ramos, lembrando que no mesmo dia em que o Ministério da Economia apresentou um novo cálculo sobre o impacto fiscal da proposta, passando de R$ 1 trilhão para R$ 1,23 trilhão de economia em dez anos, o próprio chefe de Estado brasileiro reconheceu que a proposta pode ser desidratada e a “economia” pode ficar em torno de R$ 800 bilhões. "Isso não ajuda em nada, vai contra o trabalho da própria equipe econômica."
Regras
Para Ramos, com exceção do Ministério da Economia, que "tem uma visão clara de projetos e propostas para o Brasil", o governo federal não tem planos concretos. "Não podemos fazer um ajuste fiscal exigindo este sacrifício do trabalhador rural, dos mais pobres que recebem o BPC", disse Ramos. "Da mesma maneira, não me parece correto com os professores deste país a mudança abrupta que está sendo colocada. É preciso calibrar melhor as regras de transição deste grupo", afirmou
O presidente da Comissão Especial ainda afirmou que pretende aprofundar o debate sobre a proposta de mudança de regime, da repartição para a capitalização. "É um tema que não está claro nem aos deputados e nem à população brasileira", declarou. Outro ponto na reforma criticado por Ramos é a reforma da Previdência nos Estados. "Os governadores têm que assumir a sua parcela de responsabilidade. É delicado impor a reforma aos Estados se os entes federados estão em situações muito diferentes entre si", disse. "A reforma não pode ter aplicação imediata sobre os regimes próprios dos servidores estaduais."