Irã deixa partes do acordo nuclear e dá ultimato

O presidente do Irã, Hassan Rohani, anunciou nesta quarta-feira (8) que o país vai deixar de cumprir partes do acordo nuclear firmado em 2015, um ano depois de os Estados Unidos terem anunciado sua saída unilateral do pacto.

Irã

Ele afirmou que o Irã vai parar de exportar o excedente de urânio e de água pesada, contrariando o que foi estipulado no acordo nuclear.

Rohani enviou carta aos demais signatários – Reino Unido, China, França, Alemanha e Rússia – para comunicar a decisão e deu prazo de 60 dias para que o acordo seja renegociado. Do contrário, seu país retomará o enriquecimento de urânio.

O anúncio do líder iraniano foi feito num discurso à nação e ocorreu um ano após a decisão do presidente Donald Trump de retirar os Estados Unidos do acordo nuclear e retomar as sanções ao Irã.

A França foi o primeiro país a reagir e afirmou que pretende manter o acordo existente, mas alertou que o Irã pode sofrer mais sanções se não cumprir a sua parte.

O acordo de 2015 eliminou sanções econômicas ao Irã em troca de limites no programa nuclear do país. Depois de Trump retirar os EUA do acordo, ele impôs novamente várias sanções, o que afetou duramente a economia iraniana.

Rohani disse que o Irã quer negociar novos termos com os demais signatários do acordo e que a sua intenção é salvá-lo e não destruí-lo. “Se os cinco países se unirem às negociações e ajudarem o Irã a alcançar benefícios no campo petrolífero e bancário, o Irã retomará os compromissos assumidos no acordo nuclear”, garantiu.

Nos termos do acordo, o Irã deve manter reservas que não podem exceder 300 quilos de urânio de baixo índice de enriquecimento, um valor bem abaixo dos 10 mil quilos de urânio altamente enriquecido que já teve, antes do acordo.