Evangélicos contra decreto de armas racham base de Bolsonaro

Oposição também deseja derrubar a medida implementada pelo presidente da República

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Matéria do jornal O Globo informa que deputados da bancada evangélica da Câmara articulam para tentar derrubar o decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro que flexibiliza o porte armas. A liberação do uso de armamentos é umas das principais discordâncias dos religiosos no Legislativo em relação ao atual governo.

Com a força de 195 deputados inscritos, o grupo foi fundamental para a eleição de Bolsonaro. "Estou conversando com vários deputados, e já temos vários que vão apoiar sim o decreto legislativo, desde que não seja apresentado por partidos de esquerda. Não apoiamos nada do PT. Se for do PT não terá nosso apoio", disse Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), ligado à Assembleia de Deus Vitória em Cristo, igreja liderada pelo pastor Silas Malafaia, um dos grupos mais obscuros e agressivos entre os evangélicos.

Fogo amigo

A bancada ainda não deliberou formalmente sobre o tema. Um vice-líder do governo, porém, avalia que com a força dos evangélicos a derrubada do decreto é um risco real para o Planalto. Outro vice-líder ouvido pelo O Globo diz que os evangélicos estão descontentes com a iniciativa do governo de tributar igrejas. A retaliação também seria uma forma de "demonstrar força" dos religiosos, que se sentem excluídos da composição do Executivo desde a eleição.

Depois de ter negado que o governo poderia criar um tributo que taxará igrejas, o presidente Jair Bolsonaro admitiu para lideranças evangélicas que o tema vai ser estudado. "O presidente disse que vai fazer um grupo de estudo em profundidade para avaliar isso tudo. Ele disse: 'Acho que tudo que mexe com tributação de igreja é importante, vou fazer um estudo para avaliar isso', disse o bispo Robson Rodovalho, fundador da Sara Nossa Terra. Presidente da bancada da bala, o deputado Capitão Augusto (PR-SP) não gostou da iniciativa da bancada evangélica. "Aí é fogo amigo", disse ele.