Jandira incita Guedes a falar verdade sobre privatizar aposentadoria

“Falem a verdade para a sociedade brasileira: Nós vamos fazer a reforma porque queremos privatizar a previdência, ponto. Aí é verdade. Nós vamos debater em cima da verdade, mas mentir não dá. Quer salvar a economia? Vamos fazer a reforma tributária, nós topamos, fazer (taxação) lucros e dividendos e de grandes fortunas”, desafiou,

O ministro ignorou a instigação e disse que não iria transformar a economia brasileira numa Venezuela.

Jandira lembrou que a reforma não gera nenhum impacto este ano e que o governo usa a proposta para fazer chantagem com cortes de 30% nas verbas universidades e ainda colocando a culpa em programas como seguro-desemprego e Bolsa Família.

“Gerem empregos, aumentem o lucro das empresas e coloquem o país para produzir que nós resolveremos o problema da economia”, desafiou.

Outro questionamento ficou sem resposta. Trata-se do custo da transição do sistema atual para o da capitalização, no qual as pessoas terão que fazer uma poupança individual a fim de se aposentar.

“Nenhum requerimento de informação que foi entregue até agora ao governo teve essa resposta”, criticou a deputada.

Ela diz que nós países onde houve transição para o modelo de capitalização o custo foi alto. No Brasil, a deputada aposta que seria muito superior em dez anos a economia de R$ 1,2 trilhão pretendida pelo governo com a reforma.

“Na argentina foi 18 vezes maior do que previsto; na Bolívia foi duas vezes e meia maior; Polônia 14% do PIB; e Chile foi 18 vezes do PIB (…) Como é que vai custear o atual sistema com R$ 1 trilhão se nós não sabemos qual é o custo dessa transição? ”, questionou.

Jandira Feghali lembrou que a proposta retira da Constituição que os atuais benefícios manterão valor real das aposentadorias.

“Se o déficit aumentar, quem vai bancar? O Tesouro? Vocês na verdade vão aumentar o déficit, que falam que é de R$ 200 bilhões. É mentira! Peguem todos os dados, o déficit hoje existe e ele é de R$ 54 bilhões, nós podemos provar isso”, argumentou

Com a experiência de 30 anos debatendo o tema, a deputada afirmou que a previdência é “absolutamente sustentável”, porque se trata de um modelo quatripartite: contribuição dos trabalhadores, dos empregadores, da União e do faturamento das empresas.

“A proposta é dizer para o cidadão o seguinte: nada disso mais contribui para sustentar a seguridade brasileira e agora vai você cidadão sozinho, vai lá para o banco resolver a sua vida”, disse.

“Se não há desconhecimento e não há má-fé, nós precisaríamos interpretar este projeto do governo como um projeto claro de eliminação da Previdência pública brasileira. É uma mentira atrás da outra. Por que não dizem que a reforma é para privatizar a Previdência Social? Decretar que o atual sistema está falido é uma decretação de quem não o conhece ou, de fato, aponta para um projeto claro de capitalização”, considerou.

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