Espectro da extrema direita ronda eleições da União Europeia

Os líderes europeus mobilizam-se por todo o território da União, no apelo ao voto, tendo como alvo principal a abater, segundo eles, o “populismo” e os “extremismos”.

fggf

A chanceler alemã Angela Merkel esteve em Zagreb, Croácia, com o chefe do Partido Popular, e candidato pela CSU da Baviera, Manfred Weber, que afirmou: "Os populistas não são a solução para a Europa e isso torna-se cada vez mais óbvio por todos os desenvolvimentos a que vimos assistindo. Não é tanto a questão da Áustria, é mais a questão de Milão, que está hoje em causa."

Weber e Merkel participaram no comício de campanha da União Democrática da Croácia, partido do primeiro-ministro, Andrej Plenkovic. Merkel apelou à defesa dos valores da Europa: "Os nossos valores comuns significam que temos orgulho nos nossos países mas que queremos construir a Europa. O patriotismo e a União Europeia não se opõem entre si. O nacionalismo é o inimigo do projeto europeu e isso é o que temos de deixar claro nestes últimos dias antes das eleições europeias, caros amigos."

Em Varsóvia, milhares de pessoas desfilaram nas ruas para comemorarem o décimo quinto aniversário da adesão da Polônia à União Europeia. O presidente do conselho Europeu, Donald Tusk, participou na marcha ao lado dos líderes da coligação europeísta, uma amálgama de partidos, criada para enfrentar o partido de extrema direita Lei e Justiça na eleição europeia.

Tusk apelou ao voto na construção europeia, por uma Polônia forte: "Ao votar pela Europa e por uma Polônia forte na Europa, também se vota por uma Polônia livre e democrática. Sem medo, sem coerção, sem desprezo pelos outros. Esta é hoje a garantia mais importante da liberdade da Polónia, da segurança da Polónia. Tudo está nas vossas mãos", afirmou. Esta eleição europeia pode marcar a viragem política na Polônia. As pesquisas dão a vitória à coligação europeísta, com quase 44% dos votos, contra os 32% do Lei e Justiça.

Na Itália, Matteo Salvini, líder do Liga, partido nacionalista italiano, promoveu no sábado em Milão a campanha para tomar a União Europeia. Mas nem tudo correu bem para ele na cidade onde tudo começou para ele. Após meses de trabalho e conversações, o também ministro do Interior italiano apresentou a equipe internacional com a qual espera vencer as eleições europeias.

Políticas anti-Islã

São onze líderes de diversos partidos nacionalistas europeus, incluindo a francesa Marine Le Pen e o holandês Geert Wielders. Perante uma praça Duomo repleta de apoiantes, Salvini tentou distanciar o peso do termo extremista para a oposição centrista europeia. "Aqui não há extrema-direita. Aqui, há apenas o senso comum da política. Os extremistas são aqueles que têm liderado a Europa desde há vinte anos em nome da precariedade e da pobreza. No dia 26 de maio, vamos conquistar e mudar esta Europa", afirmou Salvini.

Geert Wielders, líder da extrema-direita holandesa, atual segunda maior força política nos países baixos, e Marine Le Pen, líder do partido Reunião Nacional, também estiveram em Milão a apoiar Salvini. Wilders aproveitou promover as suas políticas anti-Islã e ainda para tirar uma "selfie" com Salvini, tendo o mar azul de apoiantes na praça Duomo como pano de fundo.

Marine Le Pen tinha falado antes de Salvini e apelou à revolução nacionalista nas urnas europeias, com o italiano depois a aproveitar o comício e a recorrer ao habitual discurso extremista para cativar o voto dos mais desiludidos, prometendo baixar os impostos em 15 por cento e colocar uma trava na imigração na Europa, caso vença.

As informações são da Euronews