Manifestações de hoje fazem parte de movimento encadeado 

Elas se ligam às manifestações anteriores e à greve geral do dia 14 de junho. 

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As manifestações em defesa da Educação de hoje acontecem dentro de um movimento encadeado  — 15 dias depois do último ato e 15 dias antes da greve geral convocada por líderes sindicais para 14 de junho. Há um acerto de apoio mútuo entre as entidades. A estratégia é manter alta a temperatura da mobilização contra o governo Jair Bolsonaro.

"Os atos vêm em um movimento crescente. A pauta continua acesa", afirma Guilherme Boulos, líder do MTST. Fernando Haddad (PT) foi ao do dia 15, mas não decidiu sobre hoje. Ciro Gomes (PDT) disse apoiar a mobilização, mas não pretendia ir às ruas. Geraldo Alckmin (PSDB) mostrou simpatia aos atos. "É importante que a população vá às ruas. Governar é fazer escolhas. Você corta outras áreas e preserva a educação", afirmou Alckmin.

A presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), Flávia Calé da Silva, acredita que a sequência de protestos simboliza a construção de uma "aliança ampla" contra o que considera retrocessos de Bolsonaro. "Os pós-graduandos não se mobilizam tradicionalmente, mas agora sim, porque a situação é crítica. O que está em jogo é a possibilidade de se fazer pesquisa no Brasil."

Bolsas

Os cortes do governo atingem bolsas de mestrado e doutorado. "A pauta não esfriou", diz a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Marianna Dias. "O governo manteve os cortes e o ministro segue sem querer nos ouvir."

Marianna e o presidente da Ubes, Pedro Gorki, foram retirados de audiência na Câmara com o titular da Educação, Abraham Weintraub, no dia 22, depois de o ministro dizer que não queria ouvir a fala dos representantes dos estudantes.

Os organizadores dos atos de hoje acreditam que uma cena das manifestações da extrema direita bolsonarista de domingo reforça a mobilização de hoje: de verde e amarelo, manifestantes arrancaram faixa que dizia "Em defesa da educação" da fachada da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba.  "Como alguém pode ser incapaz de conviver com uma faixa que defende algo como a educação?", questiona Marianna Dias, da UNE.

As informações são do Valor Econômico