Lula foi julgado por um juiz claramente suspeito, diz Zanin 

O advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cristiano Zanin Martins, afirmou hoje durante sessão na 2ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) que o ele foi julgado por um juiz "claramente suspeito" – em referência ao atual ministro Sergio Moro (Justiça) – e que o processo do tríplex de Guarujá (SP) foi marcado por violações aos direitos fundamentais.

Raquel Dodge

A declaração de Zanin foi dada durante sustentação oral da defesa no momento em que a turma julgava um habeas corpus de Lula contra decisão monocrática do ministro Félix Fischer, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que manteve na segunda instância a condenação de Lula aplicada por Moro.

Neste recurso, a defesa reclama que Fischer não poderia deliberar sozinho sobre a condenação do réu. Entretanto, o próprio colegiado do STJ decidiu declarar o petista culpado por lavagem de dinheiro e corrupção passiva no processo sobre o apartamento no litoral paulista. Ainda hoje, a 2ª turma julgará mais um habeas corpus de Lula, esse argumentando que a condenação pelo tríplex deve ser anulada porque Moro, segundo a defesa, foi parcial na condução do caso.

Zanin aproveitou que os ministros autorizaram sua sustentação oral para falar sobre os dois casos julgados hoje no STF. "Hoje, o que se tem é um quadro em que o paciente cumpre pena em regime de decisão antecipada, está preso há mais de 400 dias e vemos um cenário de manifesta violação ao estado de direito e garantias fundamentais e a decisão condenatória proferida por um juiz claramente suspeito, que foi o responsável por formular ou processar a ação que hoje desencadeia nessas duas ações", disse Zanin.

O advogado também alegou que o julgamento de Lula na primeira instância foi marcado por violações à Constituição Federal, às garantias fundamentais e que condenação foi injusta, ilegal e "claramente com uma atuação coordenada de juiz e acusação e com desprezo da defesa".

Ao final de sua sustentação, o advogado apresentou um pedido para que, caso o julgamento das ações não seja finalizado ainda hoje na sessão da 2ª turma, Lula seja solto liminarmente até que os processos sejam inteiramente analisados.

A informação é do Portal UOL