Pesquisa mostra que 58% reprovam a atuação do governo na educação

O portal G1 publicou, nesta sexta-feira (19), a pesquisa “O governo federal e a educação”, feita pelo Ideia Big Data em parceria com a ONG Todos pela Educação. O levantamento feito por telefone aponta que 58% das brasileiras e brasileiras reprovam a atuação do governo Jair Bolsonaro nas políticas para solucionar os problemas da educação e somente 15% aprovam.

Por Marcos Aurélio Ruy

Bolsonaro

“Essa pesquisa comprova o que o movimento educacional vem dizendo desde a campanha eleitoral, na qual Bolsonaro já esboçava as suas propostas contrárias à melhoria da educação pública”, afirma Francisca Pereira da Rocha Seixas, secretária de Assuntos Educacionais e Culturais da Apeoesp – Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo.
Além disso, diz ela, “a pesquisa confirma a importância que a população dá para a educação e que precisamos dialogar mais com todas e todos para mostrar a necessidade de a educação ser prioridade absoluta para o desenvolvimento soberano do país, com melhoria de vida para a população”.

Muito relevante que 60% considerem muito baixa a qualidade do ensino no país. “São séculos de sistematização de um projeto de desqualificação dessa área tão vital para a melhoria de vida das pessoas e da nação”, acentua Marilene Betros, secretária de Políticas Educacionais da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

Mais uma notícia péssima para Bolsonaro, que acaba de comemorar 200 dias de falta de ações governamentais para superar a crise e criar empregos, além de atacar a educação pública e a cultura com propostas altamente reprovadas por ampla maioria.

As prioridades do desgoverno Bolsonaro para o importante setor como filmar aulas para denunciar supostos professores “doutrinadores”, a educação domiciliar e focar os investimentos na ampliação de escolas militares só agrada 6% da população.

Marilene lembra que até a Escola sem Partido fica no limbo “sem conseguir incutir na cabeça das pessoas esse projeto de pensamento único, uma pura doutrinação nazista, que visa transformar as escolas em verdadeiras prisões das mentes juvenis”.

Já Francisca, que também é secretária de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), celebra a informação de que para 52% a prioridade do governo deve ser a ampliação de vagas em creches, o combate ao analfabetismo e a melhoria das condições de trabalho e dos salários dos docentes.

Enquanto 55% acreditam que o Ministério da Educação (MEC) não enfrenta os reais problemas do ensino. Já 22% veem a ampliação de vagas e a melhoria dos serviços das creches como prioridade. Enquanto para 15% o mais importante é acabar com o analfabetismo e melhorar a vida dos profissionais da educação com salários decentes e melhores condições de trabalho.

A pesquisa tem abrangência nacional e ouviu 1.720 pessoas por telefone fixo ou celular. “Com toda essa pressão que sofremos com esse governo à beira do fascismo que elegeu as professoras e professores como inimigos, é alentador saber que a maioria das brasileiras e brasileiros nos apoiam e entendem as nossas necessidades”, diz Francisca.

Veja a pesquisa na íntegra