Portugal: Festa do Avante tem início com mobilização política e música
Discurso de abertura e concerto sinfônico estiveram entre os destaques da primeira noite do evento. Secretário geral do PCP falou dos desafios dos comunistas para as eleições legislativas de outubro
Publicado 07/09/2019 09:44

“Assim se vê a força do PC”, gritaram os militantes de partidos comunistas de vários países, no começo da noite desta sexta-feira (6), na plateia do ato de abertura da Festa do Avante, maior celebração da esquerda europeia, realizada anualmente em Portugal, pelo Partido Comunista Português. A 43a edição do evento teve início com o tradicional comício do Espaço Central, na Quinta do Atalaia, Amora-Seixal, ao sul de Lisboa. Quem falou aos militantes foi o secretário geral do PCP, Jeronimo de Souza.
“Admirável construção esta, do nosso partido, em um espaço de convívio fraterno e solidário”, disse. Jerónimo lembrou que o Avante mostra a mobilização necessária do PCP para as próximas eleições legislativas do país, marcadas para o próximo dia seis de outubro.
Em 2015, os comunistas tiveram resultado insatisfatório no pleito para a Assembleia da República, o parlamento do país. Mais do que um momento de celebração, a Festa do Avante é também uma demonstração de força e organização da Coligação Democrática Unitária, bloco formado em Portugal pelo PCP e pelo Partido Ecologista (PEV).
“Temos a exigência de saber se vamos confirmar e avançar ou voltar para trás. Temos a exigência de construção de uma política alternativa de esquerda para dar resposta aos problemas que ainda existem no país”, declarou o secretário geral. Apesar de colaborar com o atual governo de Portugal, os comunistas são críticos a algumas posições do executivo dirigindo pelo primeiro-ministro Antonio Costa, do Partido Socialista.
Em sua fala na Abertura do Avante, Jerónimo disse que a disputa na atual conjuntura do governo é contra a influência e poder do capital. Afirmou que os direitos adquiridos nos últimos anos – que levaram Portugal à melhoria de seus indicadores humanos – ainda são limitados e não podem ser colocados em risco.
Algumas das reivindicações dos comunistas no país, atualmente, são creches gratuitas para todas as crianças até os três anos, a melhoria das condições de trabalho em Portugal, o aumento geral de salários e o direito à habitação. Temas que serão debatidos também ao longo da festa neste sábado e no domingo.
Após a abertura oficial, a música tomou conta de todos os sete palcos do Avante. Um dos destaques, sempre muito aguardado, foi o concerto sinfônico, no espaço 25 de Abril. A sinfonietta de Lisboa, o maestro Vasco Pearce de Azevedo, o pianista Antonio Rosado e o Trio Adamastor apresentaram repertório baseado no percurso do romantismo ao modernismo.
Saiba mais sobre a Festa do Avante aqui (https://www.festadoavante.pcp.pt/2019/)