Flávio Dino diz que federalizar caso Marielle favorece investigados

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), defendeu que as investigações do caso Marielle continuem sendo feitas pela Polícia Civil e Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. Na sua opinião, levar o caso para esfera federal pode atender aos interesses dos investigados.

Flavio Dino Sérgio Moro

“No atual momento, parece-me que a federalização da investigação sobre o homicídio contra Marielle atende mais a interesses de investigados e seus aliados. Estamos em uma Federação em que órgãos estaduais possuem competências próprias, que só excepcionalmente podem ser afastadas”, disse o governador.

O ministro da Justiça, Sergio Moro, é o maior defensor da federalização das investigações. Segundo ele, considerando a demora na identificação dos mandantes e tentativas de obstrução da justiça, "talvez seja o caso de federalização".

Moro é criticado por deputados de diversos partidos por tentar interferir no caso após reportagem do Jornal Nacional ter revelado que o porteiro do Condomínio Vivendas da Barra, onde mora Bolsonaro no Rio de Janeiro, disse à polícia que Élcio Queiróz, acusado da morte da vereadora Marielle Franco, horas antes do assassinato, foi autorizado a entrar no local pelo “seu Jair” da casa 58, a do presidente.

Numa auditória suspeita, feita após a reportagem, a promotora Simone Sibílio, coordenadora do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, disse que o porteiro mentiu sobre ter ligado, a pedido de Élcio Queiroz, para a casa de Bolsonaro.

O caso ganhou conotações maiores após neste sábado (2), em Brasília, Bolsonaro ter revelado que pegou as gravações do condomínio para não “serem adulteradas”, o que pode lavá-lo a responder processo por obstrução de justiça.