Deputados cobram explicações do clã Bolsonaro sobre morte de miliciano

A Corregedoria da PM na Bahia vai investigar se a morte de Adriano Nóbrega não foi um crime tipificado com queima de arquivo.

(Montagem do PT na Câmara)

Parlamentares do PCdoB e PT cobraram explicações sobre o assassinato de Adriano da Nóbrega, ex-policial ligado a Flávio Bolsonaro e um dos chefes da milícia conhecida como Escritório do Crime no Rio de Janeiro.

Ele foi morto no último domingo (9), na Bahia, supostamente após trocar tiros com policiais militares daquele estado. Adriano estava foragido e a milícia da qual fazia parte era suspeita de envolvimento no assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes.

O miliciano já havia confidenciado a seu advogado que temia ser preso e morto por queima de arquivo.

O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) cobrou explicações diretamente da família Bolsonaro que mantinha relações com o ex-policial.

“Cobrei explicações do clã Bolsonaro sobre as ligações explícitas com o crime organizado. O assassinato do miliciano Adriano Nóbrega, chefe do “Escritório do Crime”, levanta suspeitas de envolvimento de autoridades em queima de arquivo. O silêncio dos Bolsonaro é ensurdecedor!”, protestou o deputado.

“A quem interessa a morte do miliciano do Rio de Janeiro Adriano Nobrega, morto na Bahia no último domingo, na Bahia?”, o questionamento foi feito pela deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR).

Segundo ela, a morte do miliciano não interessava ao governador da Bahia nem ao secretário de Segurança do estado.

“Não foi o governador da Bahia ou sua família que condecorou, homenageou, se relacionou com Adriano Nóbrega, nem tampouco foi a família do governador da Bahia que empregou a mulher e a mãe de Adriano Nóbrega, envolvidas nas rachadinhas. Então, a quem interessa é a quem ele estava relacionado: à família Bolsonaro”, afirmou.

Gleisi enfatizou que eles (família Bolsonaro) precisam dar explicações sobre esse crime que é um típico “crime de queima de arquivo”.

Ela acrescentou ainda que o Ministério Público do Rio de Janeiro e o Ministério Público da Bahia, que conduziram a operação, têm que dar explicações. “E, por último, o ministro Sérgio Moro (Justiça), que deixou esse foragido ficar um ano fora das listas dos mais procurados”, completou.

Para a deputada Maria do Rosário (PT-RS) “é um escândalo o que ocorre no Brasil em relação ao envolvimento de integrantes e apoiadores do governo Bolsonaro, com a milícia e o crime organizado. Ela também enfatizou que Adriano Nóbrega era ligado ao senador Flávio Bolsonaro.

“Adriano Nóbrega é nome citado como envolvido no assassinato da vereadora Marielle Franco, do Rio de Janeiro. É nome envolvido coincidentemente no recebimento de propina, rachadinha, dinheiro indevido do gabinete do então deputado Flávio Bolsonaro. Até quando o Brasil fechará os olhos? As autoridades do Ministério Público? A Polícia Federal?”, indaga a parlamentar.

A Corregedoria da Polícia Militar da Bahia vai apurar se o miliciano Adriano Nóbrega, morto ontem após uma suposta troca de tiros com policiais da corporação, de fato morreu nessas circunstâncias. Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, a investigação vai durar 30 dias, prorrogáveis por mais 30.

Com informações do PT na Câmara

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