‘Oposição quer reverter auxílio reduzido por Bolsonaro’, diz deputado
Para Márcio Jerry, decisão do governo de reduzir auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300 é mais uma tentativa de retroceder na decisão do Congresso
Publicado 03/09/2020 15:24 | Editado 03/09/2020 16:06
Nesta quinta-feira (3), o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB-MA) reforçou o compromisso de batalhar pela manutenção do valor de R$ 600, pago como auxílio emergencial a trabalhadores informais que perderam renda em razão da pandemia. Para o parlamentar, a decisão do governo de reduzir o benefício de R$ 600 para R$ 300 é mais uma tentativa de retroceder na decisão do Congresso, definida em abril deste ano.
“O governo federal, que só queria aqueles R$ 200, teve que engolir nossa decisão, da Câmara e do Senado, de elevar a quantia a R$ 600. É o mesmo governo queria garantir apenas três meses de renda, quando nós estendemos este período e agora vamos levar, de fato, até dezembro. É absolutamente inaceitável o corte de 50%, reduzindo de R$ 600 para R$ 300… Tenho certeza que aqui na Câmara dos Deputados nós impediremos este ato cruel contra milhões e milhões de brasileiros e brasileiras”, afirmou.
Jair Bolsonaro (sem partido) fez o anúncio de diminuição do valor e manutenção dos pagamentos até o mês de dezembro na última segunda-feira (31).
Além da queda no valor do auxílio, a Medida Provisória que regulamenta a decisão, publicada nesta quinta, expôs a alteração dos critérios e o endurecimento das regras para ter direito à ajuda. O governo excluiu presos em regime fechado e brasileiros que moram no exterior, condicionou o repasse apenas a maiores de 18 anos e vetou o pagamento a jovens com menos de 24 anos matriculados em unidades de ensino superior ou de ensino técnico, entre outras regras para reduzir o número de beneficiários.
O impacto que a perda de renda causará na população pode ser dimensionado na última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad-Covid), elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo indicou que, em julho, aproximadamente 4,4 milhões de domicílios brasileiros sobreviveram somente com a ajuda do benefício aprovado pelo Congresso. De acordo com a análise, entre os domicílios mais pobres, os rendimentos atingiram 124% do que seriam com as rendas habituais.