Bolsonaro não resolve crise, e Amapá segue sem energia integral

Um dia depois da visita do presidente ao Amapá, moradores reclamam do fornecimento parcial do serviço

(Foto: Reprodução)

Apesar dos holofotes, a vista de Jair Bolsonaro não resolveu a crise energética no Amapá. Neste sábado (21), o presidente fez um teatro midiático para ao ativar os geradores termoelétricos contratados para ajudar no fornecimento de energia elétrica no estado. A promessa: que os equipamentos fornecessem eletricidade suficiente para amenizar a crise. Um dia depois, porém, moradores reclamam que seguem sem o fornecimento integral do serviço.

O Amapá sofreu um blecaute em 3 de novembro, num apagão que atingiu 13 de seus 16 municípios. A energia começou a ser restabelecida no dia 7, mas em regime de rodízio. Um novo apagão no Amapá chegou a ocorrer na noite de 17 de novembro.

O fornecimento de energia vem acontecendo em regime de rodízio, com intervalos de quatro horas durante o dia e de três horas durante a noite. A expectativa era que as duas usinas termoelétricas, no Santa Rita e em Santana, produzissem 45 megawatts de energia para que o estado atingisse sua carga normal de consumo.

Segundo a historiadora Marcella Viana, moradora do bairro do Muca, na zona sul de Macapá, a maioria dos bairros seguem sem o fornecimento integral de energia. Em muitos casos, diz ela, o racionamento não está sendo respeitado. “O fornecimento está um caos. Não sabemos a hora que vai embora, a hora que volta”, afirma Marcella.

“Além disso, passamos 24 horas sem água. Lá não é poço. Logo, quando vai a energia, vai a água também”, agregou a moradora. “Ontem ficamos no escuro o dia todo e tivemos energia durante umas 3 horas à tarde e de madrugada.”

Para a estudante de Enfermagem Cárita Suelen, fica difícil acreditar na normalização do fornecimento de energia após o descumprimento de vários prazos dados pelo Ministério de Minas e Energia, o ONS (Operador Nacional do Sistema) e a LMTE (Linhas de Macapá Transmissora de Energia). “Pelo que vi, não mudou nada, continuou no racionamento”, afirma.

“Não entendi o motivo dele [Bolsonaro] ter vindo apertar o botão. Não tenho confiança nenhuma nesse prazo e espero muito que seja verdade”, continuou Cárita. “A gente sofre vendo o sofrimento da população. Apesar de tudo, ainda resta um pouquinho de esperança.”

Durante sua visita, Bolsonaro anunciou que “o estado está se aproximando dos 100% [do fornecimento de energia]” e que de forma progressiva esse fornecimento deve atingir a carga necessária para atingir a normalidade. A montagem e ativação das usinas termoelétricas foi possível após a compra, de forma emergencial, de 45 megawatts (25 megawatts para a subestação de Santana e outros 20 megawatts para a de Santa Rita), com autorização do governo federal. A medida também faz parte de um plano de ação para evitar que o estado sofra com novos apagões.

A solução definitiva para o problema será o funcionamento do transformador montado na subestação de responsabilidade da LMTE (Linhas de Macapá Transmissora de Energia), que pegou fogo no dia 3 de novembro, causando o blecaute. A previsão da empresa é que a montagem do equipamento seja concluída até o dia 26 de novembro. Um outro transformador deverá ser em breve transportado de Boa Vista (RR) até Macapá para dar a segurança recomendada para evitar novos blecautes.

Com informações do UOL

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