Distribuidora de energia de Brasília é privatizada por R$ 2,5 bilhões

CEB-D foi leiloada na manhã desta sexta-feira (4). A empresa vencedora, Neoenergia , é controlada pelo grupo espanhol Iberdrola,

Distribuição de energia elétrica - Agência Brasil

A distribuidora de energia elétrica CEB-D, que atende 3 milhões de consumidores no Distrito Federal, foi leiloada na manhã desta sexta-feira (4) na bolsa de valores oficial do Brasil, a B3. A empresa Neoenergia fez o lance vencedor de R$ 2,515 bilhões, com ágio de 76,63% em relação ao preço mínimo estabelecido em cerca de R$ 1,4 bilhões pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS).

Três empresas participaram do leilão: além da Neoenergia, fizeram lances a CPFL Comercialização de Energia Cone Sul e a Equatorial Participações e Investimentos.

Na abertura dos envelopes com as propostas, a primeira etapa do leilão, a Neoenergia fez o lance inicial mais elevado seguido pela CPFL, enquanto a Equatorial ficou próxima ao valor mínimo e não fez propostas na segunda etapa. Com lances acima do estabelecido pelo BNDS, a disputa foi para o viva-voz.

A Neoenergia e CPFL fizeram 32 lances até chegar ao valor vencedor – proposto pela Neoenergia. Controlada pelo grupo espanhol Iberdrola, a empresa já opera distribuidoras em São Paulo (Elektro), Bahia (Coelba), Pernambuco (Celpe) e Rio Grande do Norte (Cosern).

O presidente da Neoenergia, Mario Ruiz-Tagle, assegurou que a empresa tem capacidade técnica para prover um serviço de qualidade e investe anualmente R$ 3,5 bilhões em expansão e em melhoria da rede. “Sabemos o que temos que fazer em Brasília, conhecemos bem a companhia, estudamos bem e por isso conseguimos dar um preço dessa característica e confiar que teremos rentabilidade para que acionistas criem valor”, disse.

O presidente da Companhia Energética de Brasília (CEB), Edson Garcia, afirmou que a distribuidora estava ‘carente’ de um processo de reestruturação profunda e que a inadimplência da companhia aumentou durante a pandemia. A privatização ocorreu por riscos de a empresa estatal perder a concessão para prestação de serviços porque não estava cumprido metas estabelecidas pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para qualidade do atendimento e equilíbrio econômico-financeiro das operações. A reguladora poderia abrir processo de caducidade da concessão e, nesse caso, o Distrito Federal desembolsaria cerca de R$ 1 bilhão para liquidar a CEB-D, por custos com funcionários e pagamentos de dívidas.

Segundo o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, o projeto de privatização da CEB “nasceu da impossibilidade de se recuperar a companhia sem investimentos vultosos, e o entendimento de que o Estado não deve participar de certas atividades”.

O dinheiro arrecadado com o leilão da CEB Distribuição, será transferido para a CEB Holding, da qual o governo do Distrito Federal tem 80% das ações e o mercado, 20%.

Com informações de Folha de S.Paulo e Estado de S.Paulo

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