Senador quer instalação de CPI para investigar desvios da Lava Jato

Rogério Carvalho disse que “existem provas suficientes de que os procuradores da Lava Jato em conluio com o ex-juiz Sérgio Moro cometeram ilegalidades graves”

Rogério Carvalho(Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) começou a coletar as 27 assinaturas necessárias para instalar no Senado uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar os desvios cometidos pela operação Lava Jato.

“Existem provas suficientes de que os procuradores da Lava Jato em conluio com o ex-juiz Sérgio Moro cometeram ilegalidades graves. Está mais que a hora de uma CPI para apurar as transgressões”, disse.

A bancada de seu partido elogiou a decisão tomada pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que manteve, na última terça-feira (09), o direito da defesa do ex-presidente Lula ter acesso aos dados obtidos pela operação Spoofing.

Por 4 votos a um, os ministros negaram o recurso apresentado pelos procuradores da Operação Lava Jato para impedir o compartilhamento dos dados.

A decisão dos ministros, na avaliação do líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), é essencial para comprovar as ilegalidades cometidas pela operação Lava Jato. “A decisão é fundamental para provar as ilegalidades cometidas por Moro e Dallagnol durante o curso de um dos maiores circos midiáticos do país”, disse.

Para o senador Humberto Costa (PT-PE), o conluio entre os procuradores da força-tarefa e o então juiz Sergio Moro destinado a retirar os direitos políticos do ex-presidente Lula está cada vez mais claro.

“A Lava Jato é o maior escândalo judicial da história. Está mais do que provado que juiz e procuradores atuaram em conluio, ilegalmente, para perseguir Lula e tirá-lo das eleições. As provas estão aí. Todas elas”, apontou.

Julgamento

Durante o julgamento, o advogado do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin, destacou que só pediu acesso às mensagens porque, durante três anos, a Lava Jato em Curitiba sonegou informações que dizem respeito aos processos de Lula. Em especial sobre o acordo de leniência da Odebrecht e sobre a cooperação ilegal e criminosa da Operação Lava Jato com instituições norte-americanas e de outros países, à revelia da legislação brasileira.

O ministro Gilmar Mendes, após leitura de diversos trechos das mensagens trocadas entre Moro e os procuradores, afirmou que, “se os fatos existiram, são constrangedores”. “Caso os fatos não sejam corretos, os hackers de Araraquara são uns gênios da ficção”, ironizou, sugerindo o Nobel de literatura para eles. Para Gilmar Mendes, “se confirmada a gravidade dos fatos, compromete a existência da Procuradoria Geral da República”. Mendes ainda acusou a cumplicidade da mídia na condução da Lava Jato.

Com informações do PT no Senado

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