Omar Aziz rebate nota das Forças Armadas e diz que não será intimidado
Ao criticar a participação de militares em “falcatruas”, o presidente da CPI diz que fez uma fala pontual e não se referiu de forma generalizada. Disse que não vão intimidá-lo e cobrou do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), uma posição mais firme diante da manifestação
Publicado 08/07/2021 09:57 | Editado 08/07/2021 12:54
O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), reagiu a nota do ministro da Defesa, Braga Neto, e os comandantes das três Forças (Exército, Marinha e Aeronáutica) que o acusam de atingir os militares de “forma vil e leviana” na sessão do colegiado nesta quarta-feira (7). O senador respondeu que não vão intimidá-lo e cobrou do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), uma posição mais firme diante da manifestação.
Na sessão deliberativa da Casa, na noite de quarta-feira, Pacheco cobrou pacificação. Ele afirmou que a previsão constitucional das Forças sempre será “observada”, inclusive pelo senador Omar Aziz. Mais tarde, disse que houve um “mal entendido”, pois o presidente da CPI explicou que na sessão que não agrediu de forma generalizadas as Forças.
Omar Aziz, no entanto, exigiu uma posição mais firme do presidente da Casa por ter feito um “discurso bastante moderado” e disse que podem fazer “50 notas” que não vão intimidá-lo. “Infelizmente, um discurso bastante moderado para esta Casa no momento que nós vivemos, mas eu tenho o maior respeito por Vossa Excelência”, afirmou Aziz se dirigindo a Pacheco.
Além disso, o senador reclamou que o presidente do Senado não fez referência à tentativa de intimidação. “Vossa Excelência, como presidente do Senado, deveria dizer isso no seu discurso. Eu sou um membro desta Casa. Vossa Excelência (deveria) dizer: a nota é desproporcional, eu não aceito que intimide um senador da República. Era isso que eu esperava de Vossa Excelência”, lamentou.
“O que eu disse foi pontual, que há muito tempo membros das Forças Armadas, e alguns reformados, não se falava um ai das Forças Armadas, e um ex-sargento da Aeronáutica foi depor e foi preso, porque mentiu, foi o que pediu US$ 1.00 por vacina”, criticou.
Lembrou que afirmou que o coronel Elcio (Franco, ex-secretário-geral do Ministério da Saúde) foi o homem das irregularidades da vacina indiana Covaxin. E voltou a afirmar que não tem nada contra as Forças. “Há até vários pedidos para convocar o ministro da Defesa, Braga Netto. Não pautei nenhuma vez, porque não entendo em que o ministro poderia contribuir na investigação. Do General Ramos (ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo) há vários pedidos”, revelou.
“E vou afirmar aqui o que eu disse lá na CPI, novamente: podem fazer 50 notas contra mim; só não me intimidem, porque, quando estão me intimidando, estão intimidando esta Casa”, completou.
Entenda o caso
Durante o depoimento do ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias, que serviu durante dez anos na Aeronáutica, Omar criticou o envolvimento de militares em “falcatruas dentro do governo”.
Disse que fazia tempo que não via membros do “lado podre das Forças Armadas” envolvidos em falcatruas. Dessa forma citou como exemplo o coronel Elcio Franco e o general Eduardo Pazuello, que ex-secretário-executivo e ex-ministro da pasta da Saúde, respectivamente.
Os militares distribuíram uma nota dura contra o presidente da CPI dizendo que foram desrespeitados com posição generalizada sobre corrupção nas Forças. “Essa narrativa, afastada dos fatos, atinge as Forças Armadas de forma vil e leviana, tratando-se de uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável”, diz um trecho da nota dos militares.
Por fim, declararam que “as Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às instituições e que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro”.