O ataque à UNE e o feminismo

Na esteira do bolsonarismo, também se intensificaram os discursos de ódio, racismo e machismo. Por tudo isso, defender a Frente Ampla para derrotar Bolsonaro deve ser o nosso principal objetivo.

Bruna Brelaz, presidenta da UNE, em reunião com Fernando Henrique Cardoso I Foto: UNE

Para parte da esquerda, o feminismo é uma bandeira de ocasião. Outro dia, vimos um jornalista tido como progressista atacar, covardemente, a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bruna Brelaz.

Dias antes de ser atacada nas redes, Bruna encontrou-se com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), Ciro Gomes, MBL e outras lideranças políticas. Eles conversaram sobre a importância de uma Frente Ampla para derrotar o genocida Bolsonaro.

Isso foi o bastante para que o jornalista Breno Altman destilasse os seus ataques machistas, racistas e misóginos contra Bruna Brelaz. Na opinião rasa de Altman, a esquerda não deve fazer nenhuma aliança fora do seu espectro político para derrotar Bolsonaro.

Altman esquece, ou finge esquecer, que a esquerda não tem a maioria dos votos no parlamento para votar o impeachment do presidente. Ele prefere apostar numa polarização entre Bolsonaro e Lula – seu principal adversário – nas eleições do próximo ano.

Vale lembrar que o PT fez uma ampla coalizão política, com partidos da esquerda à direita, durante os anos em que governou o Brasil.

Bruna Brelaz, você merece todo o nosso apoio e solidariedade. Apesar da pouca idade, já revela ter mais clareza política que o jornalista Breno Altman. 

Filiada ao PCdoB, a amazonense Bruna, de 26 anos, é a primeira negra e habitante da região Norte a presidir a UNE em 100 anos. Estudante de Direito e representante da União da Juventude Socialista (UJS), ela e os estudantes enfrentam um dos momentos mais difíceis do país.

A área da educação é a mais afetada pelos cortes orçamentários do governo Bolsonaro. O Ministério da Educação já teve quase cinco bilhões a menos no seu orçamento.

Na saúde, o número de mortes pela pandemia já alcança mais de 604 mil brasileiros. A responsabilidade por essa tragédia humanitária tem nome e sobrenome: Jair Bolsonaro.

Descumprindo as normas sanitárias, o presidente promoveu aglomerações, divulgou remédios ineficazes para o tratamento da Covid, boicotou a campanha de vacinação e transformou o Ministério da Saúde num balcão de corrupção.

Na economia, o país enfrenta um recorde de trabalhadores desempregados. Hoje, mais de 14 milhões de pessoas estão em busca de trabalho. A fome – antes combatida nos governos de Lula e Dilma – voltou.

Na esteira do bolsonarismo, também se intensificaram os discursos de ódio, racismo e machismo. Por tudo isso, defender a Frente Ampla para derrotar Bolsonaro deve ser o nosso principal objetivo.

Autor