Díaz-Canel: Não legitimaremos a ação imperialista na política interna

A Embaixada estadunidense prepara, com apoio de mercenários locais, uma marcha contra-revolucionária em Cuba, que está marcada para o dia 15 de novembro.

Foto: Revolution Studios

Em discurso proferido no encerramento da 2ª Sessão Plenária do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba (PCC), realizada domingo (24/10), o presidente cubano e primeiro secretário do PCC, Miguel Díaz-Canel, alerta que “o sistema socialista endossado pela Constituição é irrevogável, e que os cidadãos têm o direito de lutar por todos os meios, contra quem tenta derrubar a ordem política, social e econômica estabelecida pela Constituição”. Canel aponta que a suposta marcha pacífica é na verdade um plano a serviço de uma potência estrangeira e, portanto, “não é um ato de civilidade, é um ato de subordinação à hegemonia ianque. Essas ações têm como objetivo devolver o país a um tempo histórico de subjugação, ao qual jamais voltaremos”. Leia, abaixo, os principais trechos do pronunciamento.

Como reflexo do atual cenário bilateral nas relações com os Estados Unidos, a Embaixada desse país em Cuba tem desempenhado um papel ativo nos esforços para subverter a ordem interna de nosso país.

A estratégia imperialista é criar o máximo descontentamento em nosso país. Incentivar a instabilidade por meio da piora das condições de vida da população, dificultando cada vez mais a nossa sobrevivência, levando à eclosão de um conflito violento. Eles pretendem nos encher de ódio e tirar nossa felicidade.

A campanha é vil: as conquistas são desacreditadas, são utilizadas imagens grosseiramente distorcidas da nossa realidade, trata-se de asfixiar-nos economicamente, enfraquecer a solidariedade com Cuba, valer-se da mentira e da calúnia. (…)

Como reflexo do atual cenário bilateral nas relações com os Estados Unidos, a Embaixada desse país em Cuba tem desempenhado um papel ativo nos esforços para subverter a ordem interna de nosso país. (…)

São frequentes as reuniões de funcionários diplomáticos norte-americanos com líderes contra-revolucionários, aos quais fornecem orientação, incentivo e apoio logístico e financeiro. Nas suas plataformas de comunicação, incluindo as redes digitais, emitem diariamente declarações ofensivas que constituem uma interferência aberta nos assuntos internos do nosso país. É um comportamento provocativo, alheio ao que deveria ser a conduta de uma missão diplomática. (…)

A Embaixada dos Estados Unidos busca informações para difamar Cuba em temas como direitos humanos, democracia e contradições sociais em nosso país. Eles visam identificar e promover líderes, especialmente jovens, para treiná-los no exterior, a fim de usá-los para promover suas ideias anti-socialistas, pró-capitalistas e neoliberais. (…)

Em meio a essas circunstâncias e diante do fracasso de seus planos, novas ações continuam a ser tecidas. Agora eles aparecem com uma suposta marcha pacífica. Nada mais é do que uma escalada na forma de agir contra a Revolução e um desafio às autoridades e ao Estado de Direito socialista endossado em nossa Constituição; é um plano orquestrado de fora. (…)

Recentemente, eles ameaçaram aplicar mais sanções ao nosso país se a legislação atual for usada para processar aqueles que desobedecem ao mandato das autoridades. Essa ação é bem-vinda nos círculos da extrema direita anticubana sediada nos Estados Unidos e faz parte de um modo de ação conforme o manual da Guerra Não Convencional. (…)

O direito de manifestação é reconhecido e regulado no artigo 56 da Constituição, devendo ser exercido para fins lícitos e pacíficos, respeitando a ordem pública e observando as normas estabelecidas por lei. Outro artigo de nossa Constituição, 45, afirma que: O exercício dos direitos das pessoas é limitado apenas pelos direitos dos outros, segurança coletiva, bem-estar geral, respeito à ordem pública, a Constituição e as leis.

Por outro lado, o artigo 4º do referido órgão legal levanta, entre outras questões, que o sistema socialista endossado pela Constituição é irrevogável e que os cidadãos têm o direito de lutar por todos os meios, contra quem tenta derrubar a ordem política, social e econômica estabelecida pela Constituição. Portanto, a convocação da marcha não é lícita, trata-se de um edital de protesto em que seus promotores, suas projeções públicas e vínculos com organizações ou agências subversivas financiadas pelo Governo dos Estados Unidos têm a intenção manifesta de promover uma mudança de sistema político em nosso país, é uma provocação como parte de uma estratégia de “golpe suave”. (…)

Não vamos legitimar as ações imperialistas na política interna nem ceder ao desejo de restauração neocolonial que alguns acumularam e que se reforçam em situações de crise. Não é um ato de civilidade, é um ato de subordinação à hegemonia ianque. Essas ações têm como objetivo devolver o país a um tempo histórico de subjugação, ao qual jamais voltaremos.

Fonte: Granma