Metalúrgicos debatem um novo projeto de desenvolvimento

Debate reunirá representes dos trabalhadores e dos empresários.

A necessidade de um novo projeto de desenvolvimento para o país será tema de debate nesta terça-feira (9). A iniciativa é do líder metalúrgico José Pereira, membro da Executiva Nacional da Força Sindical, que realiza encontros para discutir , convidou para a próxima rodada dois vértices da política brasileira: Rafael Lucchesi, Diretor de Educação e Tecnologia da CNI (Confederação Nacional da Indústria), que reúne os maiores empresários do país, e João Goulart Filho, como é conhecido João Vicente, o filho de Jango, presidente deposto pelo golpe militar de 1964.

Lucchesi é Diretor Geral do SENAI (Serviço Nacional de Apredizagem Industrial) e Diretor Geral do SESI (Serviço Social da Indústria). João Vicente é membro da Comissão Política do PCdoB e, com Pereira, integrou o Partido Pátria Livre, que em 2018 se incorporou ao PCdoB.

Para Pereira, que nos últimos 20 anos foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos, cidade da região metropolitana de São Paulo, o momento exige “unir opostos”, que lideranças nacionais que olham o Brasil “por ângulos diferentes” sentem à mesa, que “encontremos saídas para o país“.  O encontro será virtual, dia 9 de novembro, às 10h.

Segundo Pereira, “o Brasil vive o maior desemprego de sua história. O emprego informal também bate recorde. A inflação rompeu a marca de dois dígitos e atingiu 10,4%. Para os pobres é o dobro. O feijão aumentou 69%, o arroz 61%, a carne 40%, o gás de cozinha 30%, a gasolina 73%, e por aí vai”. Afirmou que “existe uma combinação perversa entre recessão, provocada por uma queda vertiginosa do poder de compra dos trabalhadores, com inflação, que arrocha mais outro tanto do salário”.

Na avaliação do dirigente sindical, devemos debater “com base em nossa própria experiência”. Citou que “de 90 para cá, o Brasil cresceu numa média de 2% ao ano, mas, de 1930 a 1980, crescemos 7% ao ano”. A diferença é que de 1990 até hoje “fomos o paraíso do neoliberalismo, do Estado mínimo, do tripé macro-econômico – meta de inflação, câmbio flutuante e superávit primário – e dos juros altos para atrair o capital especulativo”. Já no primeiro período o desenvolvimento “foi puxado pelo investimento público em infraestrutura, apoio às empresas nacionais e a criação de uma rede de defesa do poder de compra dos trabalhadores, com a CLT, a Justiça Trabalhista e os sindicatos com direito à contribuição dos trabalhadores”, concluiu.

Fonte: Hora do Povo