Senadores preparam ofensiva contra PEC do Calote de Bolsonaro

Na avaliação deles é preciso garantir o pagamento de um auxílio à população mais pobre, mas não à custa de um calote bilionário nos estados, municípios, aposentados e professores

(Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Numa batalha que promete ser difícil, senadores da oposição querem impor uma derrota ao governo Bolsonaro na votação da PEC dos Precatórios. Na avaliação deles é preciso garantir o pagamento de um auxílio à população mais pobre, mas não à custa de um calote bilionário nos estados, municípios, aposentados e professores. Além disso, o benefício precisa ser permanente e não até o final de 2022, o que demonstra o viés eleitoral da medida.

A proposta é tratada também como uma “bomba fiscal” que pode prejudicar ainda mais a economia brasileira. O líder do PT na Casa, senador Paulo Rocha (PA), diz que a PEC vai trazer mais problemas para o país. “A gestão Bolsonaro vai criar uma bomba fiscal, que vai reduzir os valores para os próximos governos investirem em áreas como saúde, educação e social. O Senado precisa tratar esse tema com responsabilidade”, afirmou.

Nessa mesma linha, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) destacou algumas consequências caso a PEC seja aprovada: consagra que o governo não honra suas dívidas; fragiliza o judiciário e aniquila a coisa julgada; e cria um esqueleto bilionário, comprometendo o futuro. “Saldo: desconfiança dos investidores; juros mais altos; queda nos investimentos; mais desemprego e pobreza”, avaliou.

“Com o falso pretexto de garantir assistência, quem vai pagar essa conta são as futuras gerações. No Senado, esse texto não terá o meu apoio! Os brasileiros precisam, sim, de auxílio. Mas é de um auxílio real, e não de um calote disfarçado de notícia boa. #PEC23Não”, escreveu no Twitter o senador Fabiano Contarato (Rede-ES).

Teto de Gastos

O líder da Minoria no Senado, Jean Paul Prates (PT-RN) apontou a hipocrisia do governo Bolsonaro. Durante boa parte do governo, o presidente e seus apoiadores fizeram a defesa do teto de gastos como mecanismo de controle da economia, em detrimento da ampliação de programas sociais. Mas, com a aproximação das próximas eleições, Bolsonaro ameaça a vida de milhões de brasileiros que dependem dos programas de transferência de renda com uma medida meramente eleitoral e temporária.

“O governo defende o teto e ao mesmo tempo quer furar o teto quando lhe convém por ações eleitorais. O programa Auxilio Brasil tem uma concepção equivocada, burocrática e para piorar ainda mais a situação, é um programa temporário com prazo de validade para acabar em 2022”, criticou o senador.

“É um programa eleitoreiro e não um programa permanente como o Bolsa Família. Se ele fosse permanente, precisaria de fontes de compensação financeira segundo a lei de responsabilidade fiscal. Temos muita insegurança no programa Auxilio Brasil”, completou Jean Paul.

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) também se manifestou. Nas redes sociais, ele afirmou que a bancada do PT vai trabalhar para “derrubar essa vergonha”.

“A Câmara aprovou a PEC do Calote de Bolsonaro. Desmontam o Bolsa Família, um programa de Estado, para instituir um programa temporário para o período eleitoral. Vamos lutar no Senado Federal para derrubar essa vergonha”, afirmou.

Com informações do PT no Senado

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