Lula diz que é preciso reconstruir o país, gerar emprego e acabar com a fome

O pré-candidato da Federação Brasil da Esperança (FE Brasil) afirmou que é preciso construir uma nova relação no mundo trabalho, que mudou muito nos últimos anos

(Foto: Ricardo Stuckert)

Em entrevista nesta terça-feira (26) a youtubers e jornalistas da mídia alternativa, Lula disse que, no caso de vencer a eleição, haverá uma “tarefa muito grande no Brasil”. “Muita coisa foi destruída, a maior parte das políticas públicas que construímos foi desmontada. Precisamos reconstruir o país: gerar empregos e acabar com a fome, essa é nossa prioridade”, disse o ex-presidente.

Citando a famosa frase de Juscelino Kubitschek, Lula deu a dimensão do desafio de reconstrução do Brasil. “Penso que nós temos condições de constituir uma força política grande para reconstruir a democracia. Vamos ter que trabalhar muito. Juscelino falava em fazer 50 anos em cinco, vamos ter que fazer 50 em quatro. Recuperar o que foi destruído é tarefa mais difícil”, afirmou.

O pré-candidato da Federação Brasil da Esperança (FE Brasil) afirmou que é preciso construir uma nova relação no mundo trabalho, que mudou muito nos últimos anos. “E isso nós vamos ter que discutir em uma mesa de negociação que envolva empresários e trabalhadores, coisa que eu já fiz quando fui presidente”, lembrou.

Segundo ele, a ideia não é voltar ao que era em 1943, quando da criação da CLT, mas desenhar um novo modelo adequado à realidade atual, na qual muitos trabalhadores, como os de aplicativos, atuam praticamente como escravos de patrões que sequer conhecem. “Vamos ter que discutir e fazer mesa de negociação que envolva trabalhadores, empresários, governo e universidades para pensar um novo modelo de relação entre capital e trabalho nesse país”, disse.

Na área de saúde, o ex-presidente apontou que Bolsonaro e seu governo devem ser responsabilizados por pelo menos metade das mortes na pandemia. “Desrespeitou a OMS (Organização Mundial da Saúde), trabalhadores da saúde. É só olhar os ministros da Saúde que escolheu. A existência do SUS foi importante. Quando necessitamos, o SUS estava pronto. Teremos que tratar a saúde como prioridade nesse país. O SUS tem competência para fazer distribuição de remédios muito bem, mas eles desmontaram o Farmácia Popular”, assegurou.

Governar por decretos

O ex-presidente criticou a postura do presidente Jair Bolsonaro, que não conversa com os setores da sociedade e governa por decretos, e disse que o Brasil precisa de um governo que cuide do povo. “Esse país precisa ser cuidado. Nossas florestas têm que ser cuidadas, nossa água tem que ser cuidada, nossas riquezas minerais têm que ser cuidadas, nosso povo tem que ser cuidado, nossos índios têm que ser cuidados, nosso povo negro tem que ser cuidado, nossas mulheres têm que ser respeitadas.”

Segundo ele, é preciso de um governo que envolva a sociedade para ajudar a definir os rumos, que tenha um mínimo de tradição humanística e democrática e que seja fraterno e solidário. “Um governo que tenha sentimento de fraternidade e solidariedade, palavras que o atual governo não combina e não quer ter nenhuma relação com essas palavras.”

Lula disse que o atual presidente não trata das coisas importantes que um presidente deve tratar e vive no mundo das fake news que inventou para governar. “Ele não trata de crescimento, não trata de desenvolvimento econômico, não trata de aumento salário. Ele efetivamente não trata de economia, não trata da relação com entidades. Vai completar quatro anos e nunca se reuniu com movimento sindical, nunca se reuniu com movimento social, nunca se reuniu com empresários, governadores, prefeitos, nunca se reuniu com ninguém. Ele vive no mundo das fake news. Vive no mundo da mentira que ele construiu para governar.”

Com informações do lula.com.br

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