Coalizão de Netanyahu racha em meio a protestos em Tel Aviv

Benny Gantz ameaça deixar gabinete de guerra se governo não aprovar plano para futuro de Gaza. Na capital, protestos avançam pela renúncia do primeiro-ministro

Foto: Reprodução

Milhares de manifestantes anti-governo de Israel foram às ruas de Tel Aviv neste sábado (18) para protestar contra a coalizão de extrema-direita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

O protesto pede a renúncia do líder da coalizão de extrema-direita e a convocação de novas eleições para o parlamento israelense, o Knesset.

A polícia foi acionada para dispersar as milhares de pessoas que bloqueavam a avenida Ayalon, uma das principais vias da capital. A cavalaria e tanques com canhões de água foram utilizados. O aparato policial é comandado pelo ministério da Segurança Nacional, do supremacista Itamar Ben-Gvir, líder do principal partido de extrema-direita de Israel, o Poder Judaico.

A polícia informou que prendeu um manifestante por “se manifestar ilegalmente após o término do protesto autorizado” e emitiu uma multa de US$ 271.

Um manifestante anti-Netanyahu, que perdeu seis parentes nos ataques do Hamas no dia 7 de outubro, foi alvo da ira de militantes sionistas. Gadi Kedem foi espancado pelos extremistas de direita que gritavam “traidor esquerdista”.

Poucos quarteirões de distância, outro grupo se reuniu na Praça dos Reféns, para exigir um cessar-fogo que possibilite a devolução dos reféns vivos e dos restos mortais daqueles que perderam suas vidas em Gaza após os intensos bombardeios desde outubro.

Ministro ameaça romper coalizão

O ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, ameaçou deixar o governo se Netanyahu não anunciar até 8 de junho um novo plano de guerra que inclua uma administração internacional, árabe e palestina para lidar com os assuntos civis em Gaza.

Em declarações na cidade de Ramat Gan neste sábado (18), Gantz advertiu que se suas demandas não forem atendidas, ele irá sair do governo.

O partido de Gantz, o Resiliência de Israel, faz parte da coalizão de extrema-direita que governa Israel desde 2022.

Gantz disse que o plano deve incluir: eliminar o Hamas, trazer de volta os reféns, estabelecer um governo alternativo na Faixa de Gaza, trazer de volta os residentes israelenses para o norte de Israel e estabelecer um plano para fazer progressos para a normalização das relações com a Arábia Saudita.

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