Enchentes no Rio Grande do Sul atingem quase 75% da população

Segundo pesquisa Atlas/CNN, Porto Alegre é a região mais afetada, seguida por Lajeado e Pelotas; desalojados somam 581 mil e otimismo sobre reconstrução divide opiniões

Operação de resgate com o helicóptero do Corpo de Bombeiros na Região Metropolitana de Porto Alegre | Foto: Lauro Alves/Secom/Fotos Públicas)

Quase 75% da população do Rio Grande do Sul foi diretamente afetada pelas enchentes que assolam o estado desde o início de maio, de acordo com uma pesquisa Atlas/CNN divulgada na quinta-feira (23). A região de Porto Alegre foi a mais atingida, com 86,3% dos moradores relatando problemas causados pelas chuvas, seguida pelas regiões de Lajeado (80,9%) e Pelotas (72,8%).

Caxias do Sul, incluindo Passo Fundo, teve 58,1% dos moradores afetados, enquanto Uruguaiana e Ijuí apresentaram o menor índice, com 23,6%.

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Além disso, a pesquisa, realizada entre os dias 14 e 21 de maio com 3.920 moradores do estado, revelou que as enchentes afetaram principalmente famílias com renda até R$ 3 mil reais. Entre os entrevistados com renda até R$ 2 mil reais, 83,4% disseram ter sido impactados, enquanto 85,6% das famílias com renda entre R$ 2 e R$ 3 mil reais relataram danos. Os índices de impacto diminuem conforme aumenta a faixa de renda, com 70,4% das famílias com renda acima de R$ 10.000 relatando problemas.

População afetada

Os dados mostram ainda que 41,7% dos afetados precisaram deixar suas casas temporariamente. Adicionalmente, 34,2% tiveram suas casas alagadas, mas sem destruição total; já outros 7,8% perderam suas residências e 2,8% perderam familiares ou amigos. Cerca de 30,1% perderam bens de valor, eletrodomésticos ou documentos importantes, e 19,1% ficaram sem acesso à água potável e alimentação adequada.

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O impacto financeiro também foi significativo, com 17,7% dos afetados relatando queda na renda ou desemprego. As enchentes deixaram 581.643 pessoas desalojadas e 65,7 mil em abrigos, resultando em 163 mortes no estado.

A pesquisa revelou ainda sentimentos mistos sobre a reconstrução do estado: 33% dos entrevistados expressaram pessimismo, enquanto 35% demonstraram otimismo. Para a reconstrução pessoal e familiar, 32,9% dos entrevistados mostraram-se otimistas, e 15% demonstraram pessimismo.

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Esses dados evidenciam a gravidade da situação e os desafios enfrentados pela população do Rio Grande do Sul na recuperação das recentes enchentes.

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com informações da CNN

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