Israel bombardeia escola da ONU e deixa 45 palestinos mortos

A ONU não confirmou a informação do exército israelense de que a instalação era usada pelo Hamas. Segundo a ONU, 6 mil palestinos utilizam a escola como abrigo

Foto: Reprodução

Uma escola da Organização das Nações Unidas na Faixa de Gaza foi alvo de um bombardeio do exército israelense nesta quinta (6). O ataque aéreo deixou ao menos 45 pessoas mortas, de acordo com a agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA).

O massacre ocorre em meio as tentativa fracassadas da comunidade internacional em frear o genocídio em curso na Palestina, orquestrado pela coalização de extrema-direita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Nesta quarta (5), Tel Aviv admitiu abrir uma nova frente no conflito e uma possível declaração de guerra ao Hezbollah, no sul do Líbano.

Um diretor do escritório de mídia do governo de Gaza, administrado pelo Hamas, Ismail Al-Thawabta, e um funcionário do Ministério da Saúde disseram à Reuters que 45 pessoas foram mortas e 73 ficaram feridas no ataque. Os dois funcionários acrescentaram que 14 crianças e 9 mulheres foram mortas.

Segundo a agência da ONU, a escola fica em Nusseirat, região central do enclave, e abrigava palestinos deslocados de seus lares em decorrência da destruição em Gaza. Em um comunicado oficial nas rede sociais, a UNRWA afirma que os deslocados não receberam aviso prévio.

“Outra escola da UNRWA, convertida em abrigo, foi atingida durante a noite pelas Forças Israelenses sem aviso prévio aos deslocados ou à UNRWA. Mirar instalações da ONU ou usá-las para fins militares não pode se tornar a nova norma. Isso deve parar e todos os responsáveis devem ser responsabilizados”, afirmou a agência em nota.

O exército israelense admitiu ter atingido o local, alegando que alvejavam terroristas do Hamas que estavam no interior da escola. Segundo o comissário-geral da UNRWA, Phillipe Lazzarini, a agência não confirma essa informação.

“A escola abrigava 6.000 pessoas deslocadas quando foi atingida. As alegações de que grupos armados podem ter estado dentro do abrigo são chocantes. No entanto, não podemos verificar essas afirmações”, afirmou Lazzarini nas redes sociais.

O ataque ocorre em meio as tentativas da comunidade internacional de frear o genocídio em curso na Palestina. O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tentou forçar um acordo de cessar-fogo, que foi descartado pela facção de extrema-direita da coalizão de Netanyahu.

Atolado de denúncias de corrupção, o primeiro-ministro israelense se equilibra no poder através de uma rede de apoio político de sionistas, que rechaçam qualquer recuo na ofensiva sobre a Faixa de Gaza. Ministros ultra ortodoxos como Itamar Ben-Gvir, da Segurança Nacional, ameaçaram deixar o governo caso Netanyahu aderisse ao acordo de cessar-fogo costurado por Biden. O Hamas havia aceitado a proposta, que teve participação de países como o Catar e o Egito.

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