Caças israelenses bombardeiam sul do Líbano enquanto tensão com Hezbollah aumenta

Principal aliado, os EUA tem alertado o governo de Israel para uma possível fragilidade do sistema de defesa israelense diante do arsenal balístico do Hezbollah

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Em meio a crescente tensão com o Hezbollah, o exército de Israel bombardeou nesta segunda (24) uma série de cidades no sul do Líbano. A ofensiva israelense no país pode aumentar o risco de uma guerra mais ampla no Oriente Médio, diz general americano.

A força aérea do exército de Israel lançou um ataque com caças na região fronteiriça com o Líbano, atingindo alvos militares do Hezbollah nas cidades de Khiam, Ramyeh e Aalma El Chaeb. Ainda não se tem notícias do número de mortos e feridos civis ou militares.

A ofensiva foi uma resposta ao lançamento de um míssil antitanque lançado do Líbano na noite de domingo (23) e que deixou dois soldados israelenses feridos. O Hezbollah assumiu a responsabilidade pelo ataque.

A troca de agressões entre a facção islâmica Hezbollah e o exército israelense tem crescido nas últimas semanas e pode assumir novos contornos nos próximos meses.

Na semana passada o Hezbollah havia feito seu maior ataque contra Israel desde o 7 de outubro. Foram identificados pelas forças israelenses mais de 200 projéteis, e o grupo prometeu intensificar a ofensiva.

A ação foi uma resposta pela morte de um comandante sênior da facção que foi morto por ataque aéreo de Tel Aviv um dia antes. No começo de junho, em outro ataque, uma brasileira ficou gravemente feriada em um outro bombardeio no sul do Líbano.

Neste domingo, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que a “fase intensa da guerra com o Hamas [na Faixa de Gaza] está prestes a terminar”, e que o foco dos militares poderia então mudar para a fronteira norte de Israel com o Líbano.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, alertou nesta sexta-feira (21) que o mundo não suportaria que o Líbano se tornasse outra Faixa de Gaza.

“Um movimento precipitado, um erro de cálculo, poderia desencadear uma catástrofe que vai muito além da fronteira e, francamente, além da imaginação. Sejamos claros: as pessoas da região e as pessoas do mundo não podem suportar que o Líbano se torne outra Gaza”, disse Guterres.

Netanyahu afirma que o deslocamento de tropas para a fronteira com o Líbano seria “em primeiro lugar e principalmente para fins defensivos”, mas que a redistribuição também permitiria que dezenas de milhares de israelenses deslocados pelos ataques de foguetes e mísseis do Hezbollah regressassem para suas casas.

Principal aliado de Israel, os Estados Unidos têm alertado o governo de extrema-direita de Netanyahu que a ofensiva no Líbano tem potencial para provocar a entrada do Irã no conflito.

O general da Força Aérea Charles Q. Brown, presidente do Estado-Maior Conjunto dos EUA, disse que o Irã “estaria mais inclinado a apoiar o Hezbollah” do que o Hamas, “especialmente se eles sentissem que o Hezbollah está sendo significativamente ameaçado”.

À CNN, três autoridades americanas disseram ter sérias preocupações de que, no caso de uma guerra total entre Israel e o Hezbollah, o grupo islâmico apoiado pelo Irã possa sobrecarregar as defesas aéreas de Israel no norte – incluindo o tão alardeado sistema de defesa aérea “Iron Dome” (ou Domo de Ferro, em português).

Os receios de que o Domo de Ferro possa ser vulnerável ao vasto arsenal de mísseis e drones do Hezbollah só estão aumentando à medida que Israel tem indicado cada vez mais às autoridades dos EUA que está se preparando para uma guerra terrestre e incursão aérea no Líbano.

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