Juiz de Fora: prefeita Margarida Salomão reduz jornada para 30h semanais
Município da Zona da Mata mineira se coloca na vanguarda das discussões por condições dignas de trabalho com redução de jornada sem redução de salário
Publicado 09/04/2025 13:03 | Editado 09/04/2025 17:41

A cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais, tem se destacado por seus avanços em políticas públicas. Recentemente a prefeita Margarida Salomão (PT) emplacou duas medidas que prezam pela qualidade de vida, condições dignas de trabalho e mobilidade urbana.
Em 31 de março, a prefeita sancionou uma lei que reduz para 30 horas semanais a jornada de trabalho para os servidores púbicos efetivos municipais, sem alteração de vencimentos. A medida beneficia todo o funcionalismo público, excluindo cargos de direção, chefia, assessoramento e funções gratificadas.
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A redução da jornada sem redução salarial foi comemorada pelo presidente do PCdoB-MG, Wadson Ribeiro, que também é gerente do Departamento Regional da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), empresa pública brasileira vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Segundo Wadson, trata-se de uma conquista que põe a cidade na vanguarda das lutas por direitos.

“Juiz de Fora está dando um exemplo histórico não apenas para Minas Gerais, mas para todo o Brasil. A medida da prefeita Margarida Salomão demonstra que é possível priorizar o bem-estar dos trabalhadores sem abrir mão da eficiência do serviço público”, afirma o dirigente comunista. “A redução da jornada para 30 horas semanais, sem cortes nos salários, é uma vitória da classe trabalhadora e um avanço civilizatório, mostrando que a gestão pública pode e deve combater a precarização e o desgaste físico e mental dos servidores. Essa política coloca Juiz de Fora na vanguarda da luta por direitos trabalhistas e serve de inspiração para outras cidades seguirem o mesmo caminho, pressionando até mesmo o governo federal a discutir a redução da jornada em nível nacional.”
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Na opinião da presidenta do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro Minas) e da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em Minas Gerais (CTB-MG), Valéria Morato, o avanço em Juiz de Fora se insere no debate nacional sobre a redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6×1.

“Vinda de uma cidade de grande porte, como Juiz de Fora, essa iniciativa demonstra a possibilidade real da redução da jornada de trabalho. Será referência para nós, representantes da classe trabalhadora, como uma luta necessária, justa e possível”, afirma.
Valéria acrescenta que o exemplo deve ser seguido, em especial, no setor de educação em todo o Brasil, pois muitos professores sofrem com cargas exaustivas: “Na área da educação, é muito importante a luta contra as atividades aos sábados. Com muita tarefa extraclasse e atividades nos finais de semana, os professores e as professoras se submetem, muitas vezes, a uma escala 7×0, que deixa as famílias impossibilitadas de qualquer lazer”, expõe a sindicalista.
Tarifa Zero
Em março, a cidade da Zona da Mata aprovou também o passe livre estudantil para os alunos de toda a rede pública. A medida ampliou para os alunos das redes estadual e federal a garantia da tarifa zero, o que beneficia, agora, 90 mil estudantes.
“A ampliação do passe livre para todos os estudantes é mais uma prova de que a gestão da prefeita Margarida Salomão está comprometida com a justiça social e a democratização do acesso à cidade. Transporte público é um direito, não um privilégio, e essa medida garante que a educação não seja um fardo financeiro para as famílias mais pobres”, destaca Wadson Ribeiro.
Segundo o presidente do PCdoB-MG, outro benefício garantido pelo passe livre é o acesso a “espaços culturais, praças públicas, complexos esportivos e de lazer, que também fazem parte de uma concepção de cidade e de espaços urbanos acessíveis, inclusivos e para todos. Essas políticas mostram que é possível construir uma cidade mais justa e igualitária quando se coloca o povo no centro das decisões”.