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PCdoB chama militância para debate das teses do 12º Congresso

Em reunião realizada na sexta-feira (31/7) em São Paulo, a Comissão Política Nacional do PCdoB aprovou uma conclamação (abaixo) aos militantes e filiados ao Partido no sentido de discutir e contribuir para o debate em torno das teses apresentadas pelo Comitê Central para o 12º Congresso, ao mesmo tempo em que instiga o conjunto das direções a envidar esforços para concretizar o projeto político para as eleições de 2010.

O presidente do Partido, Renato Rabelo, traçou durante a reunião, um quadro da situação política atual, destacando num primeiro momento a tentativa em curso – por parte das forças reacionárias da América Latina e do imperialismo norte americano –de barrar o avanço democrático e progressista no continente. Deste plano fazem parte o golpe militar perpetrado recentemente pelo Exército contra o presidente de Honduras, Manoel Zelaya, as iniciativas da Colômbia em acordo com os Estados Unidos de ocupação de bases militares colombianas para supostamente conduzir operações de “combate ao tráfico”, a reativação das operações da IV Frota dos EUA na América Latina, que já havia sido obra do então presidente George W. Bush no final de seu governo, a ofensiva contra a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, e seu marido, o ex-presidente Nestor Kirchner, o apoio logístico e político à secessão na Bolívia, o combate permanente ao governo da Venezuela, entre outras iniciativas. De fato, quem impede o caminho pacífico é a reação e o imperialismo norte-americano, afirmou Renato Rabelo, e não as forças avançadas que buscam o desenvolvimento da democracia.

Em relação ao Brasil, Renato constata que a oposição intimamente articulada com a grande mídia conservadora perdeu o discurso e lhe restou apenas bater na tecla da questão ética – no velho estilo udenista – para tentar atingir o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e seus aliados, no afã de querer diminuir o seu crescente apoio popular constatado nas mais recentes pesquisas de opinião. Agora o alvo é o presidente do Senado Federal, José Sarney, importante posto de sustentação do Governo. Esta movimentação oposicionista também se volta contra o movimento social, contra as entidades sindicais e suas centrais, além do movimento estudantil, atacando a União Nacional dos Estudantes, tachando-a de “Juventude Nazista” ou entidade “Chapa Branca”, sem o menor fundamento. O objetivo neste caso é colocar uma cunha entre o Governo e o movimento social. A mídia procura ainda cavar uma trincheira entre o Governo e seus maiores partidos de sustentação que são o PMDB e o próprio PT.

Por outro lado, Renato assevera que Lula continua sua tarefa de construção de uma candidatura para as próximas eleições presidenciais, consubstanciada na figura da Ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, lutando para a concertação de acordos estaduais para que a base do governo se unifique ao máximo. Nos estados, entretanto, esta articulação enfrenta resistências locais do próprio partido do presidente da República.Por sua vez a oposição também enfrenta dificuldades, pois seus candidatos ainda não conseguiram chegar a um acordo. O Governador de São Paulo, José serra, avalia melhor suas chances de candidatura tendo em vista que teria uma possibilidade grande de se reeleger nas eleições para governador em 2010, sendo a candidatura presidencial uma incógnita.

Sobre o projeto eleitoral do PCdoB para 2010, Renato Rabelo enfatizou a importância de se fortalecer a construção de uma grande bancada de deputados federais, além da necessidade de ampliar a representação no Senado Federal. Estes planos esbarram numa grande competição que se avizinha entre candidatos e candidatas muito fortes na base do governo. O desafio que se impõe é trabalhar com afinco no processo de filiações até o início de outubro próximo – insistiu Rabelo – cuidando para fortalecer o próprio Partido, promover as alianças necessárias e consolidar as candidaturas em formação. O processo de debate do 12º. Congresso partidário deverá estimular esta grande batalha, enriquecendo a contribuição coletiva para a formulação dos documentos congressuais, recolhendo as sugestões e idéias do que há de mais avançado na sociedade brasileira.

Conclamação

A seguir, a íntegra da conclamação:

Duas imperiosas responsabilidades recaem sobre a ação partidária nas próximas semanas: mobilizar amplamente o coletivo partidário para o debate congressual — alcançando com ele também a sociedade brasileira – e perseguir as condições para viabilizar o projeto eleitoral de 2010, filiando quadros políticos expressivos.

Ambas ações têm prazo definido, pois realizam-se essencialmente até o dia 3 de outubro. Por esta razão e com esta compreensão, a Comissão Política Nacional conclama todas as organizações partidárias e militantes a não dispersar energias, concentrarem-se firmemente em torno dessas diretivas concretas, para fazer do 12º. Congresso de fato um marco na trajetória partidária.

Comissão Política Nacional do PCdoB
São Paulo, 31 de julho de 2009

 

De São Paulo,
Pedro Oliveira