Prodi começa a formar o governo de centro-esquerda na Itália

Romano Prodi, líder da União vitoriosa nas eleições italianas, foi oficialmente encarregado nesta terça-feira de formar o governo de centro-esquerda, pelo recém-eleito presidente Giorgio Napolitano, também d

A Refundação, que dá a marca mais à esquerda na coalizão que formará governo, viveu mudanças de vulto depois da vitória eleitoral de abril. Seu secretário-geral (o principal cargo partidário),  Fausto Bertinotti, foi eleito presidente da Câmara dos Deputados – e uma das figuras com quem Prodi vem conversando para formar o governo. No seu posto partidário, assumiu  Piero Sansonetti, antes diretor do diário comunista Liberazione.

"A presença no Executivo é decisiva"

Em entrevista ao Liberazione, Sansonetti respondeu sobre se o PRC “está satisfeito” com um único ministério. “A presença no Executivo é decisiva para se ter voz sobre todo o conjunto do governo e da sua política. É a operação do programa que devemos defender e ajudar a fazer viver”, disse o novo secretário.
“Com Bertinotti na Câmara, como já se viu desde o discurso inaugural, desejaremos tentar produzir uma unificação cultural do país e ajudar uma nova cultura política. Por fim, a nossa presença no Executivo será em termos muito caros a nós, os termos sociais e os diversos espaços de encontro com os movimentos, sobre questões como os bens comuns e ambientais. Aqui construiremos objetivos realizáveis e de qualidade, a começar pela presença majoritária de mulheres na nosa equipe”, disse ainda.

"Um círculo virtuoso"

Sobre o balanço da União desde as eleições de abril, Sansonetti mostrou-se otimista: “Tivemos um grande êxito com a eleição de Bertinotti à presidência da Câmara; e contribuimos para a eleição de um pós-comunista [Napolitano] ao Quirinal [sede da presidência], evitando perigosas sereias neocentristas. Creio que colocamos em atividade um círculo virtuoso”, afirmou.
O novo dirigente do PRC advertiu, porém, para que se evite “turbulências iniciais” derivadas da formação do Partido Democrático. O projeto do novo partido visaria aglutinar os pós-comunistas do atual PDS, maisos ex-democratas-cristãos e talvez outros grupos menores. O nascimento da nova sigla está previsto para o ano que vem e faz parte de um remanejamento partidário mais amplo. Também o ex-primeiro ministro derrotado em abril, Silvio Berlusconi, programa uma fusão do se Força Itália com outras siglas da coalizão de direita Casa das Liberdades.
Com agências e Liberazione