PT propõe ao PMDB rodízio na Presidência da Câmara

O PT propôs hoje, em documento endereçado ao presidente do PMDB, deputado federal Michel Temer (SP), uma aliança para disputar a presidência da Câmara dos Deputados. Na carta, os petistas reivindicam apoio para ocupar o cargo nos próximos dois anos em

por Cláudio Gonzalez


 


A carta endereçada a Michel Temer é assinada pelo presidente interino do PT, Marco Aurélio Garcia, e o próprio candidato da legenda à Presidência da Câmara, o deputado federal e líder do governo na Casa Arlindo Chinaglia (SP).


 


A divulgação da carta pela assessoria do PMDB oficializa uma proposta que era comentada há semanas nos bastidores da política, e que agora ganha mais visibilidade. Caso os peemedebistas aceitem a aliança, os dois partidos formarão uma chapa.


 


Diz o texto da carta do PT: “Propomos: 1) Dividir a atual legislatura de maneira que o PT e PMDB presidam a Câmara Federal. Nos dois primeiros anos seria o PT e nos dois anos seguintes seria o PMDB”.


 


A idéia é reviver acordo semelhante firmado entre o PFL e o PMDB na década passada. Na época, o PMDB cedeu a presidência para o ex-deputado Luiz Eduardo Magalhães, com o compromisso de apoiar um peemedebista dois anos depois, o que possibilitou a eleição de Michel Temer.


 


Mas a articulação dos petistas esbarra num problema de conta simples: isolados, PT e PMDB somam 170 dos 513 deputados. Ainda que todos os 170 votem no candidato petista —o que é improvável—, não haveria nem de longe votos suficientes para eleger Chinaglia. A única chance do petista vencer a eleição somente com os votos do PT e do PMDB seria a remota hipótese de haver diversos candidatos. Mas tudo indica que não há clima para isso.


 


A tendência atual é haver apenas três candidaturas: a do próprio Chinaglia, a do atual presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que conta com a simpatia do presidente Lula e até de partidos da oposição e, provavelmente, uma candidatura “independente”, talvez Fernando Gabeira (PV-RJ).


 


A recente derrota do candidato petista, Paulo Delgado (PT-MG), a uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU) é mais um fator que conspira contra a candidatura de Chinaglia pois revela que ainda há uma grande resistência do conjunto dos deputados a nomes do PT.