Renato: bloco da esquerda extra-PT não vai se dissolver
O bloco parlamentar do PSB, PDT, PCdoB, PAN, PMN e PHS, com 70 deputados, oficializado nesta quarta-feira (31) na Câmara, não vai se dissolver depois da eleição da Mesa da Casa, amanhã. Para Renato Rabelo, presidente do PCdoB, “esta é a diferença” em rela
Publicado 31/01/2007 16:57
“O importante neste bloco, formado pelo PSB, PCdoB, PDT, é que ele reúne a esquerda fora do PT”, sublinhou Renato. E disparou contra o “superbloco”, ou “placa tectônica”, decidido hoje pelo PT, PMDB e outros seis partidos: “Esse monstrengo que eles criaram é muito fisiológico, é coisa por cargo; por cargo eles fazem tudo”.
“Afinidade política de fato””
Renato Rabelo admite que a “placa tectônica”, que reúne 273 deputados, representou “uma contra-investida”. Com ela, a aliança da esquerda extra-PT, deixa de se beneficiar do ponto de vista da indicação das candidaturas para os diversos cargos da Mesa. Mas ele chama atenção para o fato de que o bloco dos 70 tem outra dimensão, de “partidos que têm uma afinidade política de fato”.
Sobre a eleição para presdenta da Câmara, que será disputada na tarde de amanhã entre Aldo Rebelo (PCdoB-SP), Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Gustavo Fruet (PSDB-PR), o dirigente comunista matém sua previsão: “Deve haver segundo turno e quem ganhar ganha por uma diferença pequena. Esta é a tendência.”
Ele agrega, porém, com ironia: “Não sei o que essa gente ainda pode aprontar. Na madrugada de ontem para hoje, eles arrumaram essa novidade (a “placa tectônica”). Não sei o que podem arrumar na madrugada que vem.”
A formação dos blocos não guarda relação direta com a disposição de forças na eleição para presidente da Câmara. O PFL, por exemplo, aliou-se ao PSDB e ao PPS, mas seu líder na Câmara, Rodrigo Maia (RJ) reiterou que sua bancada votará em Aldo Rebelo, e não no tucano Fruet.
Três blocos agrupam 17 partidos
Dos 21 partidos representados na Câmara, 17 se uniram em três blocos na manhã desta quarta-feira. O maior deles soma o PMDB, PT, PP, PR, PTB, PSC, PTC e PTdoB, com 273 membros. PSDB, PFL e PPS também formaram um bloco, com 153 deputados. Só ficaram fora dos blocos 17 deputados, 13 do PV, três do PSOL e um do PRB.
A tendência porém é que os dois blocos maiores sejam desfeitos ainda em fevereiro, assim que houver a definição das mesas e a eleição dos presidentes das comissões. Com a formação dos grupos, as bancadas de cada legenda continuam com a estrutura que possuem atualmente. No entanto, apenas o líder do bloco deve fazer as intervenções em plenário e responde formalmente por todos os partidos que o integram.
A contra-investida na “batalha dos blocos” não modificou substancialmente o número de cargos que cada legenda deveria ocupar. Introduziu apenas algumas alterações na ordem das indicações.
O maior dos blocos terá direito a cinco cargos de titular e a uma suplência. Antes da formação do grupo, esses partidos poderiam escolher cinco vagas e duas suplências.
A aliança PSDB, PFL e PPS terá direito a dois cargos de titular e a uma suplência. Antes da formação do bloco, as legendas já teriam direito a uma vaga, mas não poderiam escolher nenhuma suplência.
O bloco da esquerda extra-PT terá direito a duas vagas de suplentes na Mesa Diretora. ele, o PSB e o PDT já teriam direito a uma suplência cada um. O que muda é a ordem de escolha. O PSDB, por exemplo, que poderia escolher uma vaga na Mesa em terceiro lugar, agora terá a quarta escolha.
Com agências