Tribunal italiano condena 25 agentes da CIA no “Julgamento 007”

O juiz de Milão Caterina Interlandi indiciou nesta sexta-feira (16) cinco italianos e 26 cidadãos americanos, 25 deles identificados como agentes da CIA, pelo seqüestro do clérigo muçulmano Abu Umar, ex-imã da Mesquita de Milão, em uma rua da cidade em 17

Depois do seqüestro, Abu Umar (ou Osama Mustafa Hassan Nasr) foi levado de carro até a base aérea de Aviano, perto de Veneza. Dali foi conduzido a Ramstein, na Alemanha, e finalmente ao Egito, onde foi torturado, segundo denúncias.



Imã responsabiliza Berlusconi



O clérigo só foi libertado no domingo passado (11). Ao deixar a prisão no Cairo, ele declarou à imprensa que responsabilizará pessoalmente o ex-primeiro ministro Silvio Berlusconi (do governo de direita desalojado nas eleições do ano passado): “Foi o ex-presidente do Conselho que permitiu a ação da CIA”, afirmou.



Este é o primeiro processo judicial na Itáli que envolve diretamente a CIA. A célebre Agência Central de Inteligência dos EUA foi criada em 1947 para desenvolver atividades internacionais de espionagem e também de ação direta no contexto da Guerra Fria.



Ex-chefe do serviço secreto entre os réus



O juiz marcou o julgamento para 8 de junho. Os promotores alegam que os cinco italianos trabalharam em conjunto com os americanos para seqüestrar o imã. Entre eles está o ex-chefe do serviço secreto militar italiano Nicolo Pollari.



A CIA recusa-se a comentar o caso. Mas os quatro advogados dos réus americanos contestam a identificação destes, feita com base em escutas telefônicas e na presença em determinado hotel no dia do seqüestro.



Da redação, com agências