Lula prepara nova política para jovens de centros urbanos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai apresentar aos 27 governadores, na próxima terça-feira (6), o projeto de integração de políticas sociais, com foco na população jovem dos grandes centros urbanos e conduzida por um comitê gestor multiministerial.
Publicado 01/03/2007 20:27
A nova política para a juventude, numa escala que deve superar um milhão de beneficiados em 2007, será anunciada junto com a ampliação do Bolsa-Família, carro-chefe dos programas sociais do governo, e com o 'kit-cidadania', um pacote de ações socais para comunidades extremamente pobres e de difícil acesso.
Com a integração de programas sociais, Lula pretende responder parte da demanda por ações contra a violência e a criminalidade, especialmente nas regiões metropolitanas, disse uma fonte próxima ao presidente da República.
O núcleo desse novo plano envolve os Ministérios do Desenvolvimento Social, Trabalho, Educação e Secretaria-Geral da Presidência. É a mesma base do Projovem, programa de educação e formação profissional que atende 160 mil adolescentes e jovens entre 16 e 24 anos, na maioria das capitais.
A exemplo do Projovem, o novo plano social pretende integrar programas de educação de jovens, ensino profissionalizante, inclusão digital, acesso a informações e atividades culturais, articulação em comunidades e empreendedorismo juvenil, segundo a fonte do governo.
Lula descartou a idéia de criar um Ministério da Juventude ou qualquer nova estrutura dentro do governo. Vai criar um comitê gestor interministerial, como o que funciona no Projovem desde 2005 e é bem avaliado pelo presidente.
Uma das medidas já definidas no plano é a criação de mais 200 mil vagas no Prouni, duplicando o programa de financiamento de bolsas de estudo em universidades particulares, por meio de renúncia fiscal. O Projovem também deve ser duplicado.
O Bolsa Família será ampliado de três para até cinco pessoas beneficiadas em cada família com renda per capita menor que 50 reais por mês. A idade limite para receber o benefício subirá dos atuais 16 anos para 18 anos, o que também aumentará o valor total da transferência de renda.
O programa transfere a 11,1 milhões de famílias uma renda média mensal de 65 reais e custou 8,2 bilhões de reais em 2006. O governo quer aumentar a presença do Bolsa Família nos grandes centros urbanos.
Lula está tratando a organização do novo plano com urgência e discrição, especialmente quanto ao valor dos novos investimentos nas políticas sociais. A primeira versão do plano só deve ficar pronta na véspera da reunião com os governadores.
O chamado 'kit-cidadania' é uma idéia que Lula tenta implementar desde 2005 nas comunidades mais isoladas e pobres, como remanescentes de quilombos, vilas ribeirinhas e aldeias indígenas do interior do país.
O presidente quer que as comunidades recebam de uma só vez serviços básicos de saúde, educação, assistência jurídica, comunicações e energia elétrica, entre outros. Lula decidiu anunciar esse pacote junto com o plano para os grandes centros urbanos.