Sapateiros se mobilizam contra demissões no RS

Na avaliação do presidente da Federação Democrática dos Sapateiros do Rio Grande do Sul, João Batista Xavier da Silva, a ausência de políticas públicas do governo estadual é o principal responsável pelas demissões em massa no setor.

“Se tu vais conversar com o empresariado, este diz que o problema é o câmbio. Se o problema é o câmbio, não deveria ocorrer essas demissões somente no Estado. Aqui tem também é problema de política do Estado para o setor. O governo estadual virou as costas para os sapateiros”, afirma.

João Batista conta que as demissões em massa enfrentadas pelos trabalhadores de sapatos gaúchos não são vivenciadas pelo setor em outras regiões produtoras, como é o caso do estado de São Paulo. Além da falta de investimentos do Estado no setor produtivo, o sindicalista também reclama das últimas medidas do choque de gestão da governadora Yeda Crusius, que trouxeram mais prejuízos ao setor. Entre elas, o destaque fica para a retenção dos créditos na exportação, que impede que as empresas tenham capital de giro para investimentos.

Outro argumento que João Batista desfaz é a mudança na política de câmbio do país, defendido pelos empresários e que geraria efeitos negativos para a população em geral. Para ele, não basta somente o governo valorizar o dólar em relação ao real, mas sim criar políticas que gerem desenvolvimento real no setor produtivo do país.

“Queremos que tenha uma política na questão do câmbio para quem exporta; que haja uma política de compensação, mas não aumentando o dólar. Um outro nível, de parte do governo, que venha beneficiar o exportador”, diz.

Atualmente, o setor coureiro-calçadista emprega cerca de 120 mil trabalhadores no Estado.

Agência Chasque