Visita do Papa promete infernizar a vida dos paulistanos
Evangélicos, seguidores de religiões afros, muçulmanos, budistas, judeus, ateus e até os católicos de São Paulo que têm mais o que fazer do que assistir ao sermão conservador de Bento XVI., todos terão que passar pelo purgatório do maior esquema d
Publicado 08/05/2007 17:41
A segurança do Papa durante os cinco dias de visita ao Brasil envolverá um batalhão de 10 mil homens da Marinha, do Exército, da Aeronáutica, das polícias Civil, Militar e Federal, além da GCM (Guarda Civil Metropolitana) e da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) de São Paulo.
Bento XVI chegará a São Paulo na tarde da quarta-feira (9) e, após ser recebido por autoridades no aeroporto, seguirá de helicóptero até o Campo de Marte, na zona norte da cidade. De lá, irá de papamóvel até o mosteiro de São Bento, na região central.
A operação de segurança do Papa e sua comitiva –denominada Arcanjo– será comandada pela Segunda Divisão do Exército, em São Paulo. Para executar a operação, será criado no Quartel General do Ibirapuera (zona Sul de SP) um Centro de Operações de Segurança Integrada, o chamado Cosi, que acompanhará todos os procedimentos relativos à segurança de Bento 16.
Os 10 mil homens envolvidos na operação Arcanjo farão a segurança do Papa e sua comitiva nas cidades de São Paulo e de Aparecida (167 km de SP).
Para o Comando do Exército em São Paulo, a segurança de Bento XVI é complexa não só pela participação popular esperada nos locais onde o Papa aparecerá, mas também pela quantidade de pessoas envolvidas na organização e segurança diária dos eventos.
Trânsito
O já caótico trânsito de São Paulo será o mais prejudicado pela visita papal. Haverá bloqueios e desvios pelo menos uma hora antes da passagem do pontífice pelas vias públicas da cidade.
A CET preparou um esquema de trânsito com pelo menos 2.000 agentes trabalhando nas operações de trânsito. Ao concentrar tantos agentes para a visita do Papa, seguramente faltará apoio da CET para cuidar do trânsito nas regiões situadas fora do circuito papal.
Na quarta-feira, 9, enquanto Bento XVI se desloca do Campo de Marte para o Mosteiro de São Bento, serão bloqueadas as avenidas Santos Dumont, Tiradentes e Cásper Líbero, mais a rua Brigadeiro Tobias.
A NovaDutra (concessionária da rodovia Presidente Dutra) estima que 28 mil veículos deverão utilizar a via para prestigiar a vinda do Papa. A concessionária estima que o maior movimento com destino a Aparecida será na sexta-feira – entre 16h e 23h – e no final de semana, entre 4h e 23h.
Na quinta-feira, serão bloqueadas a avenida Pacaembu e algumas ruas próximas ao local e as proximidades do Palácio dos Bandeirantes.
Na sexta-feira, 11, será a região do Campo de Marte que ficará bloqueada ao trânsito.
Enquanto o Papa estiver hospedado no mosteiro São Bento, também devem acontecer interdições nas saídas da estação São Bento do metrô viradas para o mosteiro.
O alívio só acontece no sábado, quando o Papa segue para Guaratinguetá e Aparecida do Norte.
Dinheiro público
A grande imprensa, que sempre cultivou a mania de calcular quanto dinheiro público se gasta em qualquer atividade política, desta vez parece não se importar com os milhões de reais que serão retirados dos cofres públicos para pagar o mega esquema de segurança montado para a visita de Bento XVI. O Vaticano não irá desembolsar nem um centavo. Todo dinheiro gasto com militares, policiais e agentes de trânsito que irão trabalhar no esquemão do Papa sairá dos cofres da União, do Estado e dos municípios visitados pelo pontífice.
E as despesas não se limitam apenas aos agentes de segurança e trânsito. A CET, por exemplo, teve que imprimir e distribuir 750 mil folhetos informativos à população para alertar sobre os transtornos no trânsito e ainda instalou 20 placas de sinalização específicas para os eventos dos quais o Papa irá participar. Também serão utilizados no esquema 557 viaturas, 8 mil cavaletes, 1 mil cones e 550 faixas de orientação.
Da redação