Deputada indica criação de Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Etanol em Sergipe

A deputada Tânia Soares (PCdoB) apresentou hoje, na Assembléia Legislativa de Sergipe, uma indicação solicitando ao governador do Estado, Marcelo Déda (PT), a criação da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Etanol, composta por membros representantes

Segundo a parlamentar, há uma necessidade de construção de um modelo de desenvolvimento para a Cadeia Produtiva do Etanol que garanta a exploração dessa atividade com contribuições efetivas ao desenvolvimento sustentável.

A parlamentar lembrou que o tema (etanol) já foi discutido na Casa. Na oportunidade, a deputada fez uma analise do Programa de Biocombustível brasileiro, afirmando que temos uma tecnologia de ponta, principalmente em etanol, com uma produção de 18 bilhões de litros anuais, que é fundamental como alternativa energética e, principalmente, reduz o aquecimento global. Enfatizou que Sergipe tem que buscar caminhos para se inserir no mercado mundial do etanol.

O debate foi realizado nas vésperas da visita do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ao Brasil. Tânia denunciou que os norte-americanos se negam a dar a sua contribuição para o desaquecimento global e estão de olho nas reservas de combustíveis dos outros países. A parlamentar afirmou aos deputados que o Brasil precisa manter a postura firme que tem tido nessas negociações.

“Somos detentores do que existe de mais moderno na produção do Etanol e temos a capacidade de dobrar nossa produção, ou seja, estamos numa situação privilegiada. Devemos com isso exigir taxas e valores justos ao nosso produto. O ideal seria que retirassem a sobretaxa de US$ 0,54 por barril, praticada hoje pelos americanos. Dessa forma o produto brasileiro teria mais competitividade e aumentaria mais o lucro dos nossos produtores”, fala, acrescentando que o EUA vão precisar cada vez mais de nosso Etanol.

Mas para que essa produção aumente e que não surja novos problemas, a deputada entende que ''o Brasil precisa estabelecer normas e regras sócio-ambientais bem nítidas para que se essa produção realmente contribua para nossa economia sem aumentar a degradação da natureza.”. Mostrou também que é preciso primeiro respeitar as legislações existentes, e investir em alternativas, como a certificação ambiental da atividade. “Além dos problemas ambientais, também existem os trabalhistas. A atividade canavieira é conhecida como uma das mais penosas e degradantes para os trabalhadores, com isso precisamos estar atentos, já que Sergipe também é um produtor de cana-de-açúcar”, fala. Tudo isso será investigado e pensado pela Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Etanol se for acatada a indicação.