Metalúrgicos da CSN podem entrar em greve
Com uma grande mobilização, os trabalhadores da CSN deram mais uma demonstração de que estão dispostos a ir à greve. Na manhã do dia (24), eles recusaram a “vergonhosa” proposta das empresas de um reajuste salarial de 3,44%, INPC pleno, mais 2% de aume
Publicado 25/05/2007 19:55 | Editado 04/03/2020 17:06
Os trabalhadores, como a muito não se via, não se intimidaram com as reuniões de “convencimento” e, junto com o Sindicato, votaram maciçamente contra a proposta das empresas. Os metalúrgicos pedem o INPC, 6% de aumento real e um plano para a reposição de perdas salariais, estimado em 33%.
Os gerentes e as chefias tiveram que assistir, de longe, algo que não se via há mais de 17 anos na CSN. Os trabalhadores aprovaram também o estado de greve, que dá poderes ao Sindicato de paralisar as atividades da CSN em 48 horas, após a notificação, conforme determina a Lei.
Segundo a direção do Sindicato, que tem uma posição firme quanto à campanha salarial, a CSN não está oferecendo alternativa a não ser a greve. A intenção é negociar, mesmo em greve. O Sindicato ainda tentou entregar para a CSN um ofício comunicando o resultado da assembléia, mas a empresa recusou.
Segundo o presidente do Sindicato do Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda, Renato Soares, “a greve é um instrumento legítimo de pressão e negociação. Inclusive, no julgamento da greve no TRT, a primeira audiência é sempre de conciliação entre as partes”, afirma. Renato disse ainda que mesmo depois de iniciada a greve, há espaço para o acordo: “É a melhor forma de encerrar o movimento”, diz.
A assembléia contou com a participação do representante do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, Marcos Barra; diretor da CNM (Confederação Nacional dos Metalúrgicos) e membro da Coordenação Nacional da Corrente Sindical Classista, João Batista; Secretário da CNM, Roque Assunção; presidente do Sindicato dos Engenheiros, João Tomás; e presidente do Sindicato Metabase de Congonhas, Valério, que paralisou as atividades na mina de Casa de Pedra, por duas horas, na última quarta-feira, dia 23.
Carreata
No dia anterior, 28 carros e dois caminhões de som percorreram a cidade, como forma de informar a população sobre a possível greve na CSN e mobilizar a comunidade para apoiar os metalúrgicos em sua campanha por melhores salários.