Justiça condena José Rainha a 2 anos de prisão
O líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) José Rainha Júnior, 46 anos, foi condenado a 2 anos e 20 dias de prisão, mais 20 dias de multa, sob a acusação de ter se apropriado indevidamente de R$ 1,4 mil de um assentado. A sentença, data
Publicado 29/06/2007 20:35
Rainha liderou a mais recente onda de ocupações do MST em São Paulo, com a ocupação de 16 fazendas no Pontal do Paranapanema e oeste do Estado. Ele conseguiu o direito de continuar em liberdade enquanto aguarda o julgamento do recurso. É a terceira condenação penal do líder, que é constantemente perseguido por latifundiários e setores conservadores de SP, tendo sido condenado por porte ilegal de armas, formação de quadrilha e outros, enquanto que fazendeiros seguem impunes às agressões e assassinatos no campo.
De acordo com a sentença, em 1999, durante a distribuição de recursos liberados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para assentados da fazenda Santa Clara, o então coordenador do MST reteve o dinheiro do sem-terra Aparecido Guimarães, alegando que ele tinha abandonado seu lote. O recurso foi transferido para o assentado Bertoldo Rainha, irmão do líder. O advogado de Rainha, seu outro irmão, Roberto Rainha, já entrou com recurso.
Justiça contra MST
Na quarta-feira, 27, os trabalhadores do campo já haviam acatado a Justiça de Presidente Venceslau, no Pontal do Paranapanema, que determinou a desocupação imediata da fazenda São José, em Piquerobi, ocupada domingo por 45 integrantes do MST. Os sem-terra também acataram a liminar de reintegração de posse dada em favor do proprietário da fazenda Santa Lourdes, em Flora Rica.
Mesmo acatando as liminares de reintegração de posse, o MST está realizando mais ocupações entre quinta-feira e sexta-feira desta semana em fazendas na região de Araçatuba, numa parceria entre o MST e sindicatos de trabalhadores rurais.
Os 120 ocupantes desmontaram os barracos, saíram da propriedade e retornaram para acampamentos de Presidente Epitácio e Presidente Bernardes. Até hoje, 5 das 15 fazendas ocupadas durante o ''inverno quente'', como foi chamada a jornada de ocupações pelo movimento, tinham sido desocupadas.
''Além do MST, companheiros de outros grupos continuam mobilizados em protesto contra o projeto do governador Serra de legitimar as terras devolutas do Pontal e epla Reforma Agrária'', disse Rainha na quarta.