Reino Unido quer anexar plataforma às Ilhas Malvinas
O Reino Unido planeja anexar milhares de quilômetros quadrados de plataforma marinha do Atlântico Sul em torno das Ilhas Malvinas e das Ilhas Ascensão e no Atlântico Norte em torno das ilhas Rockall, a fim de explorar as lucrativas reservas de gás, de min
Publicado 23/09/2007 13:49
Os planos britânicos, que serão apresentados nos próximos dias para a Comissão Nacional da ONU de Limite Exterior da Plataforma Continental, exploram um parágrafo legal que está transformando a política internacional em temas de reservas marítimas.
O Reino Unido busca acelerar o processo junto às Nações Unidas, que está “muito sensibilizada” pela disputa com a Argentina sobre a soberania das Malvinas, antes de um prazo internacional de registros de interesses.
Qualquer país pode delinear novos “limites externos da plataforma continental” que podem se estender até 563 quilômetros do território nacional, sempre acompanhada de informação detalhada geológica e geofísica de cientistas e especialistas.
Esta informação já foi recolhida pelos britânicos e agora Chris Carleton, chefe da seção de leis marítimas da Secretaria Hidrográfica do Reino Unido e especialista internacional neste tipo de processo, afirmou que as primeiras negociações para anexar a plataforma marinha do Atlântico Sul, a princípio nas Ilhas Rockall, começarão em Reikjavik, na Islândia, na semana que vem.
Segundo Carleton, o pedido para aumentar a plataforma marítima que rodeia as Malvinas será o mais difícil de obter, devido à demanda argentina pelo retorno da soberania das ilhas.
Segundo Carleton, o valor do petróleo na região que rodeia as Malvinas “é imenso”. O Reino Unido recebeu licença de exploração em torno das ilhas dentro de um perímetro limite de 320 quilômetros, e o novo pedido aumentará os direitos territoriais no Atlântico Sul.
As ilhas Ascensão fazem parte do território de Santa Helena, localizada a sudoeste da África no oceano Atlântico e famoso por ter servido de exílio a Napoleão Bonaparte. As Ilhas Malvinas, conhecidas pelos britânicos como Falkland, foram tomadas da Argentina em 1833. No século 18, Espanha e Reino Unido acordaram em dividir as ilhas, sendo a parte ocidental reservada aos britânicos.
Os argentinos instalaram uma colônia penas ilhas em 1820, tendo instalado um governo local em 1826 para colonizá-la. Sete anos depois os britânicos invadiram as ilhas e expulsaram os colonos argentinos.
Em 1982 a ditadura militar argentina tentou retomá-las com uma ação militar, em uma tentativa de prolongar os anos de poder ditatorial. O saldo final da guerra foi a recuperação dos três arquipélagos pelo Reino Unido e a morte de 649 militares argentinos, 255 britânicos e 3 civis da ilha.
Na Argentina, a derrota no conflito fortaleceu a queda da Junta militar que governava o país e que havia sucedido as outras juntas militares instaladas pelo golpe de Estado de 1976 e a restauração da democracia como forma de governo. Por outro lado, a vitória no confronto permitiu ao governo neoliberal de Margaret Thatcher realizar a sua reeleição em 1983.