Paralisação obriga Itaú a negociar jornada de trabalho
Os bancários do Bankfone do Itaú, no Centro de Processamentos e Serviços de São Cristóvão, fizeram no dia 1º uma paralisação contra o descumprimento, por parte do banco, do Anexo 2 da Norma Regulamentadora 17 do Ministério do Trabalho, que estabelece crit
Publicado 05/11/2007 22:06 | Editado 04/03/2020 17:05
Numa ação conjunta com o Rio de Janeiro, paralisou também suas atividades, no mesmo dia, o Bankfone de São Paulo. A pressão obteve o primeiro resultado: o Itaú marcou negociação sobre o assunto para o próximo dia 12, na capital paulista. Concordou em, até lá, recuar e não mais estender a jornada de trabalho para compensar as pausas determinadas pelo Anexo 2 da NR-17.
Pressão psicológica permanente
O bancário do setor de teleatendimento vive num clima de pressão permanente. Além da digitação de informações, atende os clientes que reclamam ou fazem operações por telefone, e ainda vendem produtos. Tudo com uma rígida restrição de horário e sob vigilância constante. Contrariando as normas do Ministério do Trabalho, o Bankfone do Itaú estabelece previamente a hora em que cada funcionário pode lanchar, ignorando suas reais necessidades. E ainda aumenta a pressão, ao condicionar a pontuação do programa de metas à maior permanência no atendimento.
Além disso, todas as ligações são monitoradas e gravadas, e cronometrado o tempo de atendimento.
O Anexo 2
O Anexo 2 da NR-17 foi criado a partir da constatação alarmante de que a sobrecarga de trabalho e o estresse transformaram este setor num foco epidêmico de doenças ocupacionais. O Itaú decidiu descumprir o anexo, estendendo a jornada de trabalho por mais 20 minutos, para compensar as pausas de 10 minutos, tornando inócua a medida preventiva.
Informações do Sindicato dos Bancários do Rio.