Seminário sobre assentamento florestal reúne sem-terra em Cerejeiras

Com o lema “O povo na luta faz história”, cerca de 120 trabalhadores sem-terra estiveram reunidos na manhã de domingo, 25, na sede do Centro de Treinamento da Igreja Católica em Cerejeiras (RO) para o 1º Seminário Agrário e Ambiental da região do Cone

O objetivo do seminário foi debater o Projeto de Assentamento Florestal Jequitibá (PAF-Jequitibá) e suas vantagens para o desenvolvimento sustentável do estado de Rondônia. O MCC articula para que os trabalhadores do chamado Cone Sul façam o cadastro para se instalarem na área. O Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) tem como critério não favorecer aqueles que já tenham sido beneficiados e venderam a terra.


 


Nos oito acampamentos de sem-terra localizados na chamada região do Cone Sul, que compreende sete municípios rondonienses, há cerca de 800 trabalhadores à espera de um pedaço de terra, alguns há mais de uma década.


 


Os PAFs são uma nova modalidade de assentamento da reforma agrária que beneficiam famílias na Região Amazônica, aliando distribuição de terras e preservação do bioma. O PAF Jequitibá já existe e abriga cerca de 50 famílias, cada uma com 200 hectares de terra. Sua área total é de 140 mil hectares, na Gleba Jacundá, distante 37 quilômetros do município de Candeiras do Jamari com capacidade para o assentamento de cerca de 600 famílias.


 


Como a área está na sub-zona 2.1, da Lei do Zoneamento Socioeconômico-ecológico de Rondônia, é permitido somente seu uso especial sob regime de manejo florestal sustentável. A proposta é o uso múltiplo da floresta, com o aproveitamento de madeiras,cipós, frutos, plantas medicinais e ornamentais, com dois pilares econômicos:  a produção madeireira com manejo florestal comunitário e os sistemas agro-florestais.


 


O coordenador do MCC Adelino Ramos, o Dinho, explicou pormenores sobre o PAF e exibiu um vídeo tratando da exploração consciente da Amazônia, dentro da legalidade e com compromisso sócio-ambiental. Dinho fez, ainda, uma análise de conjuntura estadual, nacional, questão agrária e fundiária, avaliação dos conflitos agrários no estado de Rondônia e a concentração de renda representada pelo latifúndio e o agronegócio.


 


“A terra para quem nela trabalha”, “Reforma Agrária Já”, “Chega de violência contra o homem do campo”, são as principais palavras de ordem do MCC.