Irã cobra do Iraque acordo firmado sobre fronteira marítima
O Irã rejeitou uma declaração do presidente iraquiano, Jalal Talabani, que considerou “nulo” um acordo assinado em 1975 para a demarcação da fronteira marítima e terrestre entre os dois países. O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores iraniano,
Publicado 26/12/2007 11:25
“Para a República Islâmica, o acordo é a pedra angular para o estabelecimento de relações de amizade e o fortalecimento da cooperação entre os dois países”, disse Hosseini.
O Acordo da Argélia foi assinado em 13 de junho de 1975, em Argel. Na época, o Iraque era governado pelo partido Baath, do ex-presidente Saddam Hussein, e o Irã pelo regime monárquico do Xá, Mohamad Reza Pahlevi.
O governo do Xá foi derrubado em 1979 pela revolução islâmica xiita. O Baath caiu em março de 2003, por imposição da invasão dos EUA ao Iraque.
Saddam
Atual presidente iraquiano, Talabani lembrou que, quando foi assinado o Acordo da Argélia, ele e os outros políticos que hoje governam o Iraque estavam na oposição. Agora, o governo iraquiano “considera nulo” o pacto “entre Saddam e o Xá”.
“O presidente do Iraque deve respeitar os compromissos de seu país, segundo os convênios internacionais e o artigo 8 da Constituição iraquiana”, disse o porta-voz da Chancelaria iraniana, Hosseini. Ele insistiu que “os acordos para a demarcação da fronteira entre os países são eternos e irrevogáveis”.
A revolução islâmica no Irã respeitou o Acordo da Argélia, apesar da sangrenta guerra entre os dois países, de 1980 a 1988, pelo controle do estuário de Shat el-Arab, no Golfo Pérsico. A região, na desembocadura dos rios Tigre e Eufrates, é de grande importância estratégica e comercial.
Em 1975, o Iraque cedeu os direitos de navegação da metade do estuário ao Irã. Mas eles foram retirados em 1980, o que foi uma das causas da guerra.
Depois da Guerra do Kuwait em 1990, com a iminência de um ataque multinacional, o Iraque voltou a ceder o uso da metade do canal ao Irã. Mas a autorização não foi ratificada por um tratado.
Fonte: Da redação, com informações da Agência EFE