Venezuela questiona teste de DNA de Emmanuel
O chanceler venezuelano Nicolás Maduro questionou nesta sexta-feira (4) o procedimento realizado pelo governo colombiano para examinar o material genético do menino Juan David Gómez Tepiero, supostamente filho da seqüestrada Clara Rojas.
Publicado 05/01/2008 11:49
Através de um telefonema feito pelo canal estatal, Maduro reclamou que a Colômbia não permitiu a participação de médicos venezuelanos nos testes de DNA para determinar se o garoto é na realidade Emmanuel Rojas, que estava supostamente nas mãos das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
O chanceler manifestou que a Venezuela atendeu a solicitação da Colômbia para recolher as amostras de sangue dos familiares de Rojas de “maneira imediata”. No entanto, criticou que o país vizinho não tenha atuado de forma igual diante do pedido venezuelano de participação no processo.
“Todas as equipes logísticas foram ativadas na manhã do dia 1º de janeiro, foi dada atenção especial e as amostras foram colhidas conjuntamente pelos médicos e cientistas colombianos e venezuelanos, porque isso foi solicitado pelos familiares”, afirmou Maduro.
“Fizemos a solicitação de forma verbal e oficial do interesse dos familiares para que especialistas e cientistas venezuelanos fossem à Colômbia realizar o teste no garoto, para terminar a investigação de maneira paralela e conjunta. Essa solicitação não teve resposta até o dia de hoje quando falei com o chanceler da Colômbia”, reclamou.
Maduro sinalizou que a atitude da Colômbia “lamentavelmente lança um manto de dúvidas sobre a investigação realizada, que contou com a colaboração do governo da Venezuela, e por isso esperávamos a mesma conduta, sem obstáculos, por parte da Colômbia”.
“Campanha brutal”
Para Maduro, a atitude do governo de Álvaro Uribe é “uma campanha brutal” e “política”, e os meios de comunicação “vinculados ao governo colombiano” criaram uma matriz de opinião a favor da hipótese do presidente colombiano, que denunciou dias atrás que Emmanuel não estaria em mãos das Farc e por isso, estas não entregariam os reféns.
“Isso que estamos vendo desde ontem a noite (quinta-feira) e hoje, informações que são vistas através dos meios vinculados principalmente ao governo colombiano. Ninguém pode duvidar que El Tiempo de Bogotá e outros veículos televisivos vinculados ao alto governo filtraram este tipo de informação”, atacou o chanceler venezuelano. “Filtrar informações” é “comum” nos meios colombianos, disse.
Por último, Maduro disse que o governo venezuelano continuará a avaliar a situação “com serenidade, prudência e com a segurança com a qual estamos atuando de forma justa, apegados à justiça e à solidariedade verdadeira e cristã”.
Fonte: Ansa Latina