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Correio da Bahia muda para afastar ranço carlista

O que restou do perfil carlista do Correio da Bahia está com seus dias contados. A consultoria Innovation, fundada na Espanha e que tem entre seus clientes La Nación, Libération e O Globo, desembarcou no Brasil, mais precisament

Pela conversa que o Comunique-se teve como Demóstenes Teixeira, diretor de redação do Correio e no jornal há 17 anos, as mudanças serão profundas. Vão desde a linha editorial até o projeto gráfico. “Vamos ver se continuaremos com o formato standard, se mudaremos para o tablóide ou o berliner, como fez o Jornal do Brasil”.



A idéia de realizar mudanças, garante o diretor, vem de muito tempo, antes mesmo da morte de ACM. “Já tínhamos conversado sobre a necessidade de mudar. As pesquisas mostravam que a política não interessa tanto aos leitores. E sempre valorizamos muito essa área”, explica.



Teixeira fala abertamente dos interesses aos quais o Correio da Bahia serviu ao longo dos últimos 29 anos. “Durante muito tempo esse jornal serviu de fato como porta-voz político. Hoje não há mais razão para isso. ACM morreu. Temos que tratar isso aqui como um veículo e fazer de fato jornalismo”. Sobre a influência direta de ACM, ele contou que ela se dava através das conversas entre os dois sobre o conteúdo do Correio.



O diretor de redação não quis entrar em detalhes sobre mudanças, mas destacou o fim do excesso de cobertura política. “O objetivo é fazer um bom jornal, procurar algo que atenda à demanda dos leitores. Claro que nesse processo sempre há espaço para mudanças de nomes. Até porque a direção geral da Rede (Rede Bahia) mudou. Pode ser que seja necessária uma mudança na equipe da redação, mas deve ser preciso agregar novos profissionais. Hoje são 92. A gente já tinha começado um processo de reciclagem de editores, repórteres, que foram conhecer redações no Rio, São Paulo, Recife. Foram realizadas palestras com professores. Vamos ver quais serão as deficiências que os consultores vão apontar”, explicou Teixeira.



A Innovation vai examinar todos os departamentos do jornal e propor, então, a reforma.



Mudanças também no modelo de gestão



Um novo modelo de gestão está sendo implantado em toda a Rede Bahia, à qual pertence o Correio. O processo começou com a contratação de Guilherme Lager, diretor superintendente da Rede (ex-Vale e Ambev) e Luis Alberto Albuquerque, diretor superintendente do diário.



Albuquerque deixou o Correio Braziliense, onde trabalhou por 11 anos, para aceitar o desafio de trabalhar no Correio da Bahia que, pela primeira vez, passa a ser encarado com uma unidade de negócios da Rede. “Agora há uma visão unificada do jornal”, disse.



O executivo lembra que ainda é cedo para falar sobre as mudanças que serão realizadas no Correio, mas contou que a reforma envolve todo o jornal.



Fonte: Comunique-se