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Rússia diz não querer domínio do mundo nem confronto com EUA

A Rússia não quer dominar militarmente o mundo ou entrar em ''confronto aberto'' com os Estados Unidos, declarou neste domingo, em Munique, Alemanha, o vice-primeiro-ministro russo, Serguei Ivanov — um dos homens-chave do regime do presidente russo Vla

Consciente de que a Rússia causa ''medo'' no exterior, como reconheceu o presidente Putin em 2006, o vice-primeiro-ministro optou por acalmar os ânimos com uma mensagem tranqüilizadora sobre os interesses econômicos e, em particular, energéticos de seu país.


 


''Uma Rússia mais rica não representará uma ameaça para a segurança dos outros países. No entanto, nossa influência sobre os processos globais continuará aumentando'', advertiu, em relação a alguns países ocidentais que temem que a Rússia utilize seus recursos de hidrocarbonetos como meio de pressão.


 


Mas o discurso apaziguador — que manteve durante a 44ª Conferência sobre Segurança em Munique, Alemanha — não bastou para tranqüilizar os europeus e americanos. A declaração coincide com um contexto de tensão entre os dois países.


 


Na sexta-feira passada, o presidente russo afirmou que seu país desenvolveria novas armas porque se via obrigado a responder aos desafios lançados pelos Estados Unidos, tais como uma ''corrida armamentista''.


 


Putin citou os Estados Unidos e a Otan como elementos que aproximam suas infra-estruturas militares da fronteira russa e denunciou ''uma nova espiral da corrida armamentista no mundo'', durante pronunciamento no Kremlin, digno de um discurso à Nação, para líderes políticos russos e transmitido ao vivo pela televisão pública.


 


''Nos próximos anos, a Rússia deve desenvolver novas armas com as mesmas características das mais sofisticadas de que dispõem vários Estados'', concluiu Putin, que deve deixar o Kremlin em maio.


 


Ivanov tentou abrandar um pouco a situação. ''Não temos a intenção de aceitar desafios entrando em confronto aberto com nossos adversários'', afirmou ele neste domingo.


 


Rússia e Estados Unidos se enfrentam verbalmente por várias questões internacionais — em particular o projeto americano de escudo antimísseis para a Europa, com declarações que às vezes fazem temer o surgimento da Guerra Fria. Os russos ameaçaram “apontar” para a Europa se os americanos posicionarem na Polônia e na República Tcheca seu escudo antimísseis, considerado por Moscou uma ameaça direta a seu território.


 


Além disso, a aviação russa retomou seus vôos de bombardeiros estratégicos. Há um ano, o chefe do Kremlin acusou os Estados Unidos de ''ultrapassar suas fronteiras nacionais em todos os âmbitos e criar uma situação tal que ninguém se sente seguro no mundo''.